Por Lucas Pagani, publicado pelo Instituto Liberal
A produtividade melhora a condição de vida de modo geral? Quais são os incentivos para que as pessoas produzam mais e melhorem suas condições de vida?
Durante a história, podemos perceber, principalmente, pós Revolução Industrial, no século XVIII que o papel principal da melhoria de vida, principalmente da qualidade de vida, é a própria produção.
Imagine que, naquela época, apenas 1% da população tinha acesso ao que era produzido. Agora imagine que os outros 99% da população tinha pouco ou nenhum acesso ao que era produzido. Roupas de algodão eram consideradas luxuosas para 99% da população. Tudo era feito a mão.
Agora imagine que, um dia, alguém decide fazer algo diferente e inventa uma espécie de “multiplicadora” de trabalho, isto é, uma máquina capaz de aumentar a produção das roupas de algodão de tal modo que seu preço de custo caia de modo drástico. O que fazer com as roupas de algodão que sobraram, visto que aquele 1% da população já estava satisfeita com as peças de roupas que tinham? Isso mesmo. Aquela população, de 99%, que antes não tinha acesso a roupas de algodão puderam comprar aquelas roupas de algodão, que antes, não se poderia ter acesso de tão caras.
Imagine, agora, isso acontecendo só não no setores de roupas, mas, também, nos setores de moradias, de tecnologia, de saúde, de educação, na sociedade de modo geral? A produtividade trouxe, durante 200 anos, uma qualidade de vida infinitamente superior o que tínhamos, no passado.
Para termos uma ideia, a expectativa média de vida, nos anos 1800, era de apenas 32 anos. Hoje, a expectativa média de vida ultrapassa aos 72 anos de idade. Doenças hoje que são erradicadas, na época, matavam milhares. 84% da população vivia em extrema pobreza, hoje, esse número está em menos de 10%.
Através da produtividade, o mundo saiu da sua inércia. Saiu da sua pobreza e entrou numa fase onde nunca fomos tão ricos.
O ponto principal, ao que parecer ser, é o quanto aquele país produz e consome. Quanto maior for sua produção e consumo, melhores serão seus padrões de vida. Melhor condição de saúde, de educação, de segurança e de tantos outros. Um país poderá sair de uma condição de uma concentração de renda – isto é, uma grande desigualdade de renda – por uma alta produção e acessibilidade ao consumo em decorrência da poupança.
Em linhas gerais, o que representa uma alta produção e acessibilidade ao poder consumir é a Lei de Say. Não, não é no sentido que Keynes – erroneamente – Interpreta Say. Dado uma Oferta de X, gera-se uma demanda de por outros produtos numa economia de trocas, seja de modo direto ou indireto. Ou seja, quanto mais produção, mais a possibilidade de consumo teremos. Mais inovação de mercado e assim sucessivamente. Um país marcado por uma boa produção pode ter além de preços mais baixos – em decorrência de uma maior liberdade de mercado – uma boa poupança para poder consumir mais – se assim desejar .
O índice que mede o quanto pessoas de determinado país pode consumir é o índice do PIB em relação ao poder de compra (PPC) per capta: Enquanto os EUA possuem um poder de compra de $56,100 Dólares, o Brasil possuí $15,600 Dólares.
São recorrentes, nos países de maior nível de Poder de Compra (PPC), a alta liberdade econômica para poder produzir e poder consumir. Pelo Fraser Institute, o seu relatório de liberdade econômica, Economic Freedom of the World: 2016, indica países como Cingapura, Suíça, Qatar, Estados Unidos, Emirados Árabes como os 20 países mais livres economicamente do mundo.
Liberdade econômica rima com desenvolvimento. Todos os países de maior PPC tem, consequentemente, uma forte defesa da instituição dos direitos de propriedade, liberdade econômica através de baixas tributações – de importações e exportações – e a estabilidade da segurança jurídica de um país – segurança nos investimentos.
Do outro lado , os países com os menores poderes de compra também são os países com os menores índices de liberdade econômica, como Congo, Nigéria, Etiópia, Nepal e Guatemala.
Nota-se que nesses países é comum uma forte barreira alfandegária, nenhuma seguridade jurídica, o direito de propriedade não é nada fortalecido. Não é mero acaso. Quanto menos liberdade econômica, menor é a capacidade de um país de produzir e melhorar a condição de vida de maneira geral.
Nota-se que é recorrente que um país desenvolvido necessita de uma ordem econômica mais livre para poder prosperar, poder gerar riqueza e poder distribuir – via poder de compra – a riqueza entre indivíduos. O melhor método distributivista é o mercado.
Podemos errar em nossas visões, que são restritas dentro de uma realidade de um sistema complexo e exposto a Cisnes Negros, podemos supor que à uma forte correlação entre a Lei de Say e uma alta produtividade em relação a liberdade econômica que não podemos negar.
Outros fatores podem, sim, ser determinantes para a causa da produtividade. A sociedade é um sistema complexo, onde pessoas escolhem aleatoriamente sem uma ordem dirigida, isto é, em uma ordem espontânea, onde se é impossível conhecer todas as variáveis de um sistema tão complexo e aberto como este. Porém, não podemos negar que a liberdade econômica é uma forte variável nesse sistema para o florescimento do mesmo.
“A curiosa tarefa da economia é demonstrar aos homens o quão pouco eles realmente sabem sobre o que imaginam que podem projetar.” – F. A. Hayek
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