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Por Roberto Ellery, publicado pelo Instituto Liberal

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Com um número de votos maior do que o esperado o texto-base da reforma da previdência foi aprovado na Câmara em primeiro turno, enquanto escrevo os deputados discutem e votam os destaques de forma que não dá para falar sobre o texto final aprovado. De toda forma vale registrar alguns aspectos da distribuição de votos por estados e por partido bem como destacar alguns deputados que, para o bem ou para o mal, divergiram de seus partidos. Os dados foram obtidos junto ao G1 (link aqui) e excluem os votos dos deputados Bacelar (PODE-BA), General Girão (PSL-RN) e Luiz Carlos Motta (PL-SP) que lamentavelmente estavam ausentes na votação.

Comecemos pelos partidos. A figura abaixo mostra os votos por cada partido, em vermelho os votos contrários ao texto-base e em azul os votos favoráveis. O partido que deu mais votos para aprovação do texto base foi o PSL (52 votos), na sequência vieram PL (37 votos), PP (36 votos), MDB (34 votos) e PSD (34 votos).  Na outra ponta PT (54 votos), PSB (21 votos), PDT (19 votos), PSOL (10 votos) e PCdoB (8 votos) foram os partidos que mais deram votos contrários ao texto-base da reforma. Fica claro que a esquerda petista votou em peso contra reforma, mostrando que essa esquerda não apenas existe como está articulada.

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Por fim registro os deputados que destoaram de seus partidos. No primeiro grupo estão os deputados que votaram a favor do texto-base mesmo estando em partidos com maioria contrária, foram oito do PDT (Alex Santana, Flávio Nogueira, Gil Cutrim, Jesus Sérgio, Marlon Santos, Silvia Cristina, Subtenente Gonzaga e Tábata Amaral), onze do PSB (Átila Lira, Emidinho Madeira, Felipe Carreas, Felipe Rigoni, Jefferson Campos, Liziane Bayer, Luiz Flávio Gomes, Rodrigo Agostinho, Rodrigo Coelho, Rosana Valle e Ted Conti) e, por fim, dois do PV (Enrico Misasi e Leandre). No segundo grupos estão os deputados que votaram contra o texto-base mesmo estando em partidos com maioria favorável, foram três do PP (Eduardo da Fonte, Fernando Monteiro e Mário Negromonte Jr), um do Avante (André Janones), um do PL (Tiririca), dois do PRB (Aline Gurgel e Hugo Motta), dois do PROS (Capitão Wagner e Clarissa Garotinho), um do PSC (Valdevan Noventa), dois do PSD (Expedito Netto e Wladimir Garotinho), um do PSDB (Tereza Nelma) e um do SD (Paulo Pereira da Silva).

Para o primeiro grupo eu registro meu agradecimento e parabenizo pela coragem de enfrentar o ranço de seus partidos e votar pela aprovação de uma reforma que mesmo não sendo a ideal é urgente e necessária. Em relação ao segundo grupo eu dispenso comentários, imagino que tenham suas razões, mas considero que cometeram um erro grave em um momento crucial para o país e nem mesmo possuem o argumento de fazer parte de uma oposição de princípios ao governo Bolsonaro.

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O resumo é que o texto-base da reforma teve apoio na maioria dos partidos, exceção aos partidos da órbita do PT por razões, e teve suporte em todas as unidades da federação com o menor apoio vindo do Ceará que mesmo assim deu 50% dos votos a favor do texto. Na condição de quem acompanha o debate sobre reforma da previdência há cerca de vinte anos o apoio expressivo à reforma foi uma boa surpresa, daquelas que não apenas anima o dia como renovam a esperança no Brasil.