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A votação do projeto que pretendia regular o serviço de transporte, na prática transformando o Uber num táxi, expõe coisas interessantes sobre a política nacional. Por se tratar de um caso “no brainer” para liberais, por ser bastante óbvio que só um intervencionista aficcionado pelo estado e que detesta o livre mercado poderia desejar um aumento de burocracia e regulamentação dessa forma numa atividade que funciona tão bem, a análise de como cada partido votou permite compreender melhor o quadro de nossa política.

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Quem votasse “sim” pela regulamentação ou estava em conluio com sindicatos poderosos ou realmente despreza o liberalismo (o que dá no mesmo). Não há argumento algum razoável para aprovar essa parafernália que só favorece taxistas e burocratas, à custa de toda a população, dos consumidores dos serviços como o Uber, e dos trabalhadores autônomos que, em época de desemprego em alta, aproveitam para obter renda extra dessa forma. Logo, só quem votasse “não” estaria do lado certo, do lado direito, do lado liberal. E como foi?

Com base nos dados oficiais da Câmara, montei a seguinte tabela, com os principais partidos:

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Tomando como base o critério imperfeito de que a maior quantidade de voto “não” expressa uma maior proximidade com o liberalismo, apesar de reconhecer que uma só votação não resolve a questão, temos as seguintes conclusões:

  1. O Brasil é mesmo um país dominado pela esquerda, e o liberalismo ainda está bastante distante de nossa realidade;
  2. Os partidos de extrema-esquerda, como PT, PCdoB e PSOL, votam quase sempre em bloco, mostrando como os socialistas são mais organizados e centralizados, obedecendo as diretrizes determinadas pelas cúpulas desses partidos;
  3. O PSL, que vem tentando se reinventar como Livres com mensagem mais libertária, foi uma decepção com seus dois deputados, mas já comunicou que um deles foi desligado do partido por não se enquadrar nas novas tendências libertárias;
  4. O PMDB é mesmo um saco de gatos sem ideologia, e quase tudo fica dependendo do fisiologismo ou das inclinações ideológicas e convicções individuais;
  5. O DEM, que se pretende liberal (apesar de ter receio de usar o termo, a ponto de ter abandonado o antigo PFL), mostra que é mesmo um partido de centro, afastado do liberalismo;
  6. Aqueles que acusam o PSDB de ser igual ao PT estão errados e são injustos com os tucanos. Eu mesmo sou crítico ferrenho do partido, da socialdemocracia que ele defende, e da postura pusilânime contra o PT e a extrema-esquerda muitas vezes, mas é preciso reconhecer que jogar o PSDB no mesmo saco podre do PT é um completo absurdo. Foi o PSDB que fez o Plano Real, privatizou estatais importantes, adotou a Lei de Responsabilidade Fiscal, deu autonomia operacional ao Banco Central, entre outras coisas, enquanto o PT tentava (e ainda tenta) levar o Brasil na direção da Venezuela e destruiu de vez com nossa economia. Enquanto todos os petistas votaram pela regulamentação do Uber, 77% dos tucanos votaram contra. Uma baita diferença!
  7. Por fim, o PSC, partido de Bolsonaro, parece o mais liberal atualmente, tendo votado em peso, com seus seis deputados, contra a regulamentação.

Para concluir, se o eleitor ficou incomodado com o resultado da votação, que deu vitória aos sindicalistas, taxistas, burocratas e políticos da extrema-esquerda, então recomendo que procure conhecer o Novo. Por convicção ideológica e de acordo com os princípios claros do partido, todos os seus deputados votariam contra a regulamentação. É o que fica claro nessas mensagens divulgadas na página do partido no Facebook:

A Câmara dos Deputados, mais uma vez, legisla contra o cidadão. Reduz a nossa liberdade de escolha e prejudica todos os consumidores e os trabalhadores da empresa. A lição que fica: precisamos renovar o Congresso em 2018 e eleger gente nova.

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A favor da liberdade das relações do trabalho, da escolha dos clientes e contra mais regulamentações que bloqueiam o empreendedorismo individual. Gravado nesta manhã, por uma das colaboradoras do NOVO 30:

Mas para isso é necessário que o partido tenha os deputados antes, claro, o que depende de você, eleitor.

Rodrigo Constantino