Por Roberto Ellery, publicado pelo Instituto Liberal
Algumas vezes caio na tentação de comparar o desempenho econômico dos países da América Latina com o dos países da Ásia e esta é uma dessas vezes. Naturalmente existem muitas diferenças entre os dois grupos de países que estão além das características econômicas. E isso deve ser levado em conta quando da leitura desse post, porém tais diferenças não tornam as comparações irrelevantes, longe disso. Acima de quaisquer diferenças os habitantes de todos os países são muito parecidos uns com os outros, somos todos humanos, de forma que as diferenças são explicadas muito mais por incentivos e restrições, inclusive naturais, do que por uma diferença intrínseca entre cidadãos nascidos nos diversos países. Se você não gostou desse princípio, que todos somos muito parecidos, tente pensar negando esse princípio e veja onde você pode chegar.
Hoje vou comparar taxas de investimento, nas próximas semanas farei outras comparações. A taxa de investimento é uma variável fundamental para explicar o crescimento de uma economia. Investimento significa mais máquinas e mais capacidade de produção, investimento significa novas máquinas com novas tecnologias incorporadas (na verdade, novas máquinas não são a única forma de incorporar tecnologias no processo de produção, mas são uma forma importante de fazer isso), e, para a turma da demanda, investimento significa demanda efetiva. Não importa por onde você olhe, investimento é importante para explicar crescimento e PIB per capita.
A taxa de investimento sozinha não explica o desempenho da economia de um país, além de vários outros fatores como capital humano, instituições ou produtividade é preciso levar em conta que a taxa de investimento mede o quanto está sendo investido, mas não mede no que está sendo investido. Se um determinado país sair investindo na construção de monumentos que não afetam ou afetam muito pouco a produção (alguém falou estádio da Copa?), ou em obras que não terminam nunca a taxa de investimento vai aumentar, mas não há porque esperar um aumento do PIB per capita. Porém, mesmo não explicando, a taxa de investimento maior na Ásia é um dos fatores que devem ser considerados para entender porque a média dos PIB per capita dos países emergentes da Ásia cresceu 132% entre 1995 e 2014 e mesma média para América Latina cresceu apenas 73%.
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