Nada como um dia após o outro. Ao menos para liberais, que costumamos acertar mais do que errar (ao contrário da esquerda, que tudo o que deseja é que esqueçam seu passado). Eis a notícia na Gazeta do Povo:
Condições precárias do Beto Carrero colocam o parque na lista de “perigosos”
O Beto Carrero World foi considerado um dos parques de diversão que mais apresentam problemas, segundo a Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. Condição dos brinquedos, infraestrutura e acessibilidade foram alguns dos itens avaliados pelo estudo, realizado em fevereiro de 2017 e publicado nesta semana. Além do Beto Carrero, localizado no litoral norte de Santa Catarina, outros parques receberam críticas, como o Hop Hari, Parque da Mônica e Parque Marisa, todos de São Paulo. Todos foram escolhidos aleatoriamente e as visitas realizadas de forma anônima.
Em outubro do ano passado, a Proteste realizou um estudo sobre parques de diversão itinerantes em três estados brasileiros e encontrou uma série de falhas. Por isso, surgiu a ideia de investigar os parques de diversão fixos e de relevância nacional.
“Os parques são reconhecidos por excelência e têm aspectos positivos, mas há o que melhorar, tanto no trato com o consumidor quando na questão de estrutura”, afirma a engenheira de segurança da Proteste e coordenadora do estudo, Viviane Terra.
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O brinquedo ‘Bolha Aventura’ está com a treliça de apoio da estrutura solta, sobrecarregando as demais. Segundo a especialista, esse é um problema gravíssimo. “É absurdo. Essa falta de fiscalização pode causar um acidente e machucar gravemente alguém”, afirma.
Outro destaque negativo foi a ferrugem que tomou conta do topo de uma tenda que mantém a estrutura das lojas de “Bang Bang” e do “Sorveteiro Maluco”. “Se isso soltar, ganha força e pode se tornar um acidente fatal. É algo simples de resolver, não pode deixar chegar nesse estado.”
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Preços exorbitantes, filas intermináveis expostas ao sol e chuva e ausência de ambientes climatizados e bebedouros são as reclamações mais frequentes dos usuários, de acordo com a Proteste.
Agora vamos refrescar a memória do leitor. Quando Dilma despontava como favorita para a reeleição, apesar de tudo que o PT já tinha feito contra o Brasil, escrevi um texto no blog alertando que, caso a vitória se confirmasse, o dólar ia disparar para cima de R$ 3,00. E brinquei: esqueçam a Disney, pois só vai restar a opção do Beto Carreiro World mesmo! Eis exatamente o que escrevi:
Todos esses da classe média que finalmente puderam levar seus filhos para conhecer o Mickey e as princesas na Disney, e que são odiados pela Marilena Chaui, ícone do petismo e aplaudida pelo próprio Lula, precisam ter em mente o que uma eventual vitória de Dilma representaria: a troca da Disney pelo Beto Carrero World. E olha lá! É verdade que os mais nacionalistas vão até gostar. Tenho certeza de que Samuel Pinheiro Guimarães, que declarou voto em Dilma, pensa que assim deveria ser, pois a Disney é o ícone do “imperialismo estadunidense”, e devemos valorizar nossos próprios parques. Hopi Hari e Beto Carrero World, meus caros, eis as alternativas que teremos a partir de 2015, se Dilma vencer. Espero que já tenha levado seu pimpolho para a Disney, porque com o dólar acima de R$ 3,00 não vai rolar…
Vejam como o Brasil171, digo, Brasil247 destacou meu texto, tentando ridicularizar meu alerta e me chamando de “pateta” na manchete:
PATETA DE VEJA RECLAMA: NÃO PODERÁ MAIS IR À DISNEY
Um dos neoconservadores mais hilários do país, o economista Rodrigo Constantino escreve artigo demonstrando preocupação com uma possível vitória da presidente Dilma Rousseff (PT) nas urnas no próximo domingo (26); ele diz que a vitória da petista elevará o preço do dólar, para acima de R$ 3, o que impedirá que os brasileiros viajem para os Estados Unidos.
Mas o tempo logo se encarregou de mostrar que eu estava certo. E, como vemos nessa notícia da Gazeta, não só na questão do câmbio, que logo se revelou certeira, mas também no “downgrade” que é trocar a Disney pelo Beto Carrero World. Na época, até o prefeito da cidade de Penha, Evandro dos Navegantes (PSDB), se manifestou, dizendo: “Apesar de também não concordar com a política econômica da presidente, a escolha do parque catarinense para a comparação negativa foi profundamente deselegante e fora de contexto”.
Eu acabei pedindo desculpas, por não desejar prejudicar os negócios do parque, e também porque, como confessei, nunca tinha ido nele, escrevia com base em opinião de terceiros. Nesse sentido, foi um erro. Mas o bom senso, a lógica e a experiência me diziam que era bastante provável que o parque brasileiro fosse muito inferior ao “encantado mundo da Disney”, onde tudo é feito com muita perfeição e esmero, com verdadeira obsessão para tornar a experiência do consumidor inesquecível, agradável, segura.
Por elegância, concluí: “Dito isso, refaço meu pedido de desculpas pelo comentário infeliz, e tentarei visitar o parque com minha filha assim que possível, para ver se fico com uma impressão favorável do lugar”. Pelo visto, ainda bem que não fui. Desde então, porém, já voltei à Disney três vezes. Diversão garantida – com segurança. Espero que os parques nacionais invistam mais e melhor em excelência, mas o nacionalismo não pode nos cegar para a realidade: temos muito a aprender com os capitalistas americanos.
PS: No fundo, mesmo a esquerda caviar sabe que estou certo. Adora odiar os States, demonizar os ianques, cuspir no capitalismo estadunidense, mas na primeira oportunidade que surge, pega a molecada e traz pra cá para a Flórida, não é mesmo?
Rodrigo Constantino