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A confiança do consumidor caiu 5,1 pontos em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 27, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) desceu a 91,0 pontos, o menor nível desde outubro de 2018. É a segunda queda seguida, perdendo 5,6 pontos, após quatro meses consecutivos de avanço, período em que acumulou um aumento de 13,5 pontos.

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“O resultado de março sugere haver desapontamento dos consumidores com o ritmo de recuperação da economia, após projetarem melhoras para a economia e para as finanças familiares nos meses anteriores. Além da velocidade da recuperação estar aquém do esperado, a demora no avanço das reformas tem contribuído para o aumento da incerteza econômica”, diz a nota divulgada pela FGV.

Em março, tanto as avaliações sobre o presente quanto às expectativas em relação aos próximos meses pioraram. O Índice de Situação Atual (ISA) recuou 1,5 ponto, para 76,6 pontos, retornando ao patamar próximo do resultado de janeiro. O Índice de Expectativas (IE) caiu 7,6 pontos, para 101,4 pontos, o menor registro desde outubro do ano passado (95,3).

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Nenhum indicador é perfeito, e nenhum indicador sozinho revela tudo que importa. Mas esse indicador demonstra o grau de otimismo dos consumidores, e claro que a queda é péssima notícia para o governo Bolsonaro.

Eis o que passou da hora de o presidente compreender: a campanha acabou, e por mais que seja útil manter sua militância virtual engajada, se ele focar mais nas redes sociais do que no governo em si será o fim precoce de seu governo!

Os “templários” podem vibrar com pautas como “Golden Shower” ou Maio de 64, mas o povo, aquele que votou em Bolsonaro e fez a diferença, não se preocupa tanto com a “guerra cultural”: prefere comida na mesa, emprego.

Se a confiança dos consumidores está caindo, isso é sinal de que o crescimento econômico demora a retomar, gerando ansiedade popular. E ansiedade popular significa menos paciência com o governo, mais mau humor.

Essa ideia é corroborada pelas pesquisas de aprovação do governo, que também caiu. E estamos completando apenas o primeiro trimestre de governo! Os que culpam a mídia por esse clima precisam ser coerentes: a imprensa não foi impotente durante as eleições? Não fez de tudo para derrotar Bolsonaro, em vão? Então agora, de repente, ela passou a ter esse poder todo?

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Incoerente! Parece óbvio que foram as próprias trapalhadas do governo, o excesso de desvio de foco, as picuinhas desnecessárias, o Carluxo no Twitter, a “demora” em apresentar as reformas mais importantes, tudo isso que fez com que a empolgação fosse cedendo.

O Brasil tem pressa, o tempo é curto e a paciência, cada vez mais escassa. Melhor Bolsonaro acordar logo para a realidade. Ele não tem ao seu lado “o povo”, como repetem os militantes. Ele tem só os militantes de forma incondicional, e esses não passam de uma minoria barulhenta e ativa nas redes sociais. Bolsonaro precisa ser o presidente da população brasileira toda, não dessa turma.

Rodrigo Constantino