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Após a prisão de Cabeça Branca, chamado de “Pablo Escobar brasileiro”, o GLOBO resolveu fazer uma reportagem sobre os seis traficantes mais procurados do país:

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Quando foi preso pela Polícia Federal (PF) no dia 1º de julho na cidade Sorriso, em Mato Grosso, o traficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, tinha no bolso uma nota de R$ 5, outra de R$ 2 e moedas que totalizavam cerca de R$ 10. Estava de bermuda, camisa polo e chinelos, sem nenhuma escolta, em uma padaria onde foi comprar pão. Os poucos trocados no bolso e a rotina banal não davam sinais de que se tratava do bandido considerado o maior traficante da América Latina, dono de um patrimônio avaliado em pelo menos US$ 100 milhões (R$ 325 milhões).

Os policiais federais da unidade central de combate às drogas do país acreditam que o estilo de vida dissimulado tenha contribuído para o criminoso passar duas décadas foragido. E a fórmula pode estar sendo seguida por outros grandes traficantes na mira da polícia. Depois da prisão de Cabeça Branca, há seis nomes no topo da lista de procurados pela PF — gente um degrau abaixo do homem preso na padaria, o mas importante na hierarquia do crime brasileiro.

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Segundo policiais federais lotados na Coordenação-Geral de Prevenção a Entorpecentes (CGPRE), a unidade central de combate às drogas da PF no país, na lista atual de procurados, seis nomes aparecem em destaque: o libanês Joseph Nouheddine Nasrallah e os brasileiros Jorge Luís da Silva, Álvaro Daniel Roberto, João Aparecido Ferraz Neto, Adalberto Pagliuca Filho e Marcelo Fernando Pinheiro Veiga. Os seis são considerados criminosos de um nível inferior ao alcançado por Cabeça Branca, mas que continuam em atividade.

Veja que interessante, caro leitor, essa característica comum a todos eles, inclusive o Cabeça Branca que foi preso: nenhum é negro. São todos brancos, como o apelido de um sugere. Eis as imagens:

E por que exatamente a cor da pele desses traficantes deveria importar? Simples: porque a esquerda criou uma narrativa de que o marginal é uma “vítima da sociedade”, e que os “negros e pobres” acabam sendo perseguidos injustamente pela polícia e pelo sistema.

Não só essa narrativa é ofensiva para com a imensa maioria de negros e pobres, gente honesta, como ignora que o crime é uma questão de escolha individual, ainda que influenciada pelo ambiente. Marcola, não vamos esquecer, cita filósofos em suas entrevistas, e o Playboy vinha da classe média de Laranjeiras, no Rio.

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Muitos deles tiveram acesso a escolas, mas optaram pelo crime. E todos esses traficantes perigosos citados na reportagem são brancos, algo que os movimentos raciais que clamam por cotas para “compensar injustiças históricas” vão ignorar.

Afinal, é preciso manter o homem branco no papel de algoz sempre, e todos os negros no papel de vítima. É preciso pintar a polícia como fascista e o bandido como coitadinho. Mesmo quando é um policial negro (e pobre) arriscando sua vida para prender um traficante branco (e rico), a narrativa precisa ser preservada, pois os papéis foram definidos previamente, de acordo com a característica destacada pelos coletivistas.

É com base nessa narrativa que alguém como Lula, branco e milionário, amigo dos mais poderosos empreiteiros do país, pode bancar a vítima de perseguição das “elites”, enquanto a revista Carta Capital, ligada ao PT e que tinha o próprio Lula como uma espécie de editor informal, publica esta capa asquerosa:

O preconceito, a inversão, o vitimismo, tudo salta aos olhos. A Justiça vira “inquisição”, a flexibilização das leis trabalhistas fascistas vira “festa da casa-grande”, e a extensa condenação de Lula por Sergio Moro, com farta quantidade de evidências e provas, vira condenação “sem provas”. Quem liga para os fatos, não é mesmo?

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Mas quando vem um rapaz jovem, como Fernando Holiday, que é “minoria tripla” (pobre, negro e gay), denunciar essa canalhice de Lula e seus companheiros, aí dá “bug” no cérebro do esquerdista. Só resta acusá-lo de fazer o papel do “capitão do mato”, não é mesmo? Na falta de argumentos, resta a difamação. Vejam o desabafo sincero de Holiday:

A esquerda se esconde atrás dos “coletivos”, da acusação infundada de “elite branca” contra “povão”, de “casa-grande” contra “senzala”, pois não aceita fazer a única coisa decente e certa: julgar atitudes individuais. Há negros safados, ladrões, que escolheram esse caminho na vida e devem ser condenados. E há brancos que fizeram a mesma escolha e merecem ser condenados.

Não é a cor da pele que está em questão: é o ato individual. Mas, se a esquerda agisse assim, teria que concluir que seu guru Lula não passa de um canalha, e que o jovem negro liberal merece respeito. Eis algo que um típico esquerdista simplesmente não aceita.

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Rodrigo Constantino