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Considerações sobre o caso Neymar: o coletivismo da “luta de classes” impede justiça individual

Por João Cesar de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

A teoria de “luta de classes”, base do socialismo, é a ideia de que cada indivíduo tem culpa ou inocência de acordo com o grupo social, econômico, étnico, racial, sexual e de gênero do qual pertence.

Conseguiram implantar essa ideia absurda com extremo sucesso não apenas em constituições nacionais e em instituições públicas, mas principalmente na mentalidade de grande parte da população ocidental.

Fizeram assim: transformaram casos extremos de violência de alguns numa evidência de comportamento geral. Quando um gay é agredido por um hétero, logo se grita que homens héteros odeiam gays. Quando uma pessoa de pele escura é agredida por uma pessoa de pele clara, logo se grita que brancos odeiam negros. Quando uma mulher é espancada pelo marido, logo se grita que os homens agridem sistematicamente as mulheres.

Daí, chegamos a absurdos maiores: delinquentes, ladrões e até assassinos passam a ser vistos como vetores de justiça social.

Qualquer possibilidade de justiça é destruída quando essa mentalidade se impõe. Os indivíduos e os casos particulares em que estão envolvidos deixam de ser julgados com imparcialidade. Um dos lados já é culpado apenas por existir.

Com isso, uma enorme quantidade de pessoas de bem é previamente condenada e uma grande quantidade de pessoas de caráter ruim sequer é julgada.

Ninguém que pertença as classes identificadas como opressoras tem o direito de reagir a agressões que venham a sofrer de representantes das classes ditas oprimidas. As opiniões, as ações e as reações deles são imediatamente classificadas como crimes ou de racismo, ou de homofobia, ou de machismo. Piadas são interpretadas como crimes de ódio.

Este foi o maior golpe do socialismo contra a propriedade privada. As pessoas perderam a propriedade e a responsabilidade sobre seus atos. Não pertencem mais a si mesmas. Suas condutas individuais não valem nada. Não há razão para sermos pessoas boas, já que, seja lá o que façamos, somos vistos como culpados pelas infelicidades de pessoas com as quais nunca tivemos qualquer relação.

Independentemente do resultado do processo judicial, Neymar já foi condenado.

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