O Brasil é mesmo um país com a mentalidade invertida, ao menos nas elites “progressistas” que dominam o debate há décadas. Quando um sujeito ficou nu numa “exposição” com crianças tocando em seu corpo, e boa parte da população reagiu, essa turma veio em defesa da “liberdade de expressão artística” e repetiu que os pais devem decidir se seus filhos podem ou não participar dessa “experiência”.
Mas quando um adolescente atira com uma arma de pressão num shopping center, isso vira “polêmica” com direito ao pitaco dos “especialistas”, dos “psis”, e sai na capa do jornal:
Uau, quer dizer que a arma parece um fuzil? E isso pode ser terrível para a cabeça dessas crianças? Então deixa eu contar como é aqui nos Estados Unidos: os garotos (e garotas) com essa idade já atiram com fuzis de verdade. A coisa mais normal do mundo é ir a um estande de tiro num sábado e encontrar uma família inteira por lá, divertindo-se com esse hobby.
Já vi uma menina com seus 14 anos toda feliz com seu rifle: essa será uma mulher “empoderada”, ao contrário das feministas com seios de fora e cabelos roxos. Aliás, vejam essa menina de dez anos chorando de felicidade por ganhar dos pais sua primeira Beretta:
Claro, sempre pode aparecer alguém para falar da “cultura da violência” americana, repetir que é por isso que temos tantos massacres em escolas e coisa e tal, mas para isso terá que ignorar as estatísticas, os fatos. Os Estados Unidos não têm mais massacres em termos relativos do que outros países, e é certamente bem mais seguro em termos gerais do que vários que adotam políticas restritas de armas.
No mais, dentro dos Estados Unidos as cidades e estados mais rigorosos com armas costumam ser os mais violentos. De olho nisso, já tem universidade liberando armas nos campus, e essa estudante da Kent State aproveitou para postar uma foto que viralizou na internet esses dias:
Bela e armada: quero ver qual marmanjo vai tentar abusar dela! Criticada por alguns nas redes sociais, a aluna não recuou, até porque, como podemos ver, coragem não lhe falta. Ao contrário: ela dobrou a aposta e lembrou que tem direitos constitucionais, e não vai bancar a vítima jamais:
A repulsa da esquerda pelas armas é algo totalmente irracional, emotivo. Ao mesmo tempo, seu fetiche por sexo cada vez mais precoce é um tanto patológico. O “progressista” quer estimular a libertinagem nas crianças e tratar brincadeiras com armas de pressão como doença mental. Precisa dizer mais?
Como o resultado disso após tantas décadas foi a completa degradação de valores morais no Brasil e mais de 60 mil homicídios por ano, até esquerdistas em época de eleição mudam o discurso. É o caso de Geraldo Alckmin, do PSDB, que agora já fala em liberar mais armas no campo, tentando capturar o discurso de Jair Bolsonaro:
Defensor do Estatuto do Desarmamento, o ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência pelo PSDB, admitiu na quinta-feira, 17, pela primeira vez que pretende facilitar o porte de armas para a população que mora em áreas rurais, caso seja eleito. A afirmação foi feita um dia após Jair Bolsonaro, presidenciável pelo PSL, dizer que, se pudesse, daria um fuzil a cada produtor agrícola do País como forma de combater a crescente violência no campo – hoje uma das principais demandas do setor.
Questionado sobre o posicionamento de Bolsonaro, Alckmin afirmou que preferiria dar um trator a cada fazendeiro, mas acrescentou que estuda facilitar o porte de armas para quem vive no campo. “Porte de armas pode ter. Na área rural até deve ser facilitado”, afirmou, ressaltando que, no campo, as pessoas estão muito distantes umas das outras, o que as tornaria alvo fácil. O tucano disse que morou em sítio até os 16 anos e que seu pai costumava falar que, na zona rural, as pessoas devem morar como “índios”, próximas, para que “um proteja o outro”.
O presidenciável, porém, não explicou qual seria sua proposta nem por que mudou de ideia em relação ao desarmamento. Quando governador, Alckmin sempre ressaltou que retirar arma de circulação ajudava a reduzir os índices de criminalidade. Ele costumava citar a queda de homicídios em São Paulo como consequência positiva do Estatuto do Desarmamento.
Ou seja, alterou um pouco o discurso, mas continua tucano. Alguém surpreso com a disparada de Bolsonaro? Num meio dominado por invasores do MST e onde a polícia não alcança, ter arma é questão de sobrevivência. Todo fazendeiro deveria colocar seus filhos para treinar tiro ao alvo desde cedo. Assim, se aparecer uns criminosos com bonés vermelhos tentando invadir sua propriedade, haverá como defende-la. E de preferência não com balas de borracha de armas de pressão…
PS: Recomendo esse breve vídeo de Paulo Martins, que toca na ferida e explica por que a segurança é o principal tema dessas eleições:
Rodrigo Constantino
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