Os liberais muitas vezes se perdem em abstrações, sem conseguir transmitir direito sua mensagem aos mais leigos. Os liberais economistas, então, grupo do qual faço parte, costumam ser ainda piores nisso. Falam em PIB, taxa de juros, insustentabilidade do endividamento público e outras coisas indigestas que não sensibilizam as pessoas, por razões óbvias. A esquerda sempre soube tocar mais nas emoções, quase sempre de forma sensacionalista. Mas os liberais precisam se esforçar mais na arte da comunicação, para que seus alertas possam surtir o efeito desejado.
Nesse aspecto, meu amigo Alexandre Borges, do Instituto Liberal, tem muito a ensinar aos liberais. Ele, que é publicitário, entende que não basta falar em abstrações, pois o povo não vai compreender a gravidade do problema assim. Os “intelectuais” tratam da crise gerada pelo PT como algo distante, falam em conceitos abstratos, em números, sem se dar conta de que são indivíduos de carne e osso sofrendo do outro lado, pagando pelos erros do governo. Seu novo comentário destaca essa triste realidade, que não pode ficar escondida atrás de números e estatísticas vagas:
A crise tem nomes, rostos, histórias de vida e famílias devastadas. A crise não é um dado macroeconômico apenas, é uma soma de milhares de tragédias pessoais como esta.
Este senhor foi fotografado ontem na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Ele não mora na propaganda do PT, ele mora no Brasil real que não aparece nos telejornais patrocinados por estatais como o Bom Dilma Brasil e o Jornal Nacional. Ele não é tema de fanfic esquerdista de Malhação ou de reportagem especial do Fantástico. Ele não é motivo de hashtag afetadinha de blogueiro hipster. Ele é apenas um brasileiro que está nas ruas pedindo uma oportunidade para trabalhar.
O emprego deste senhor evaporou junto com a queda do PIB, a inflação, o déficit público e a destruição da economia brasileira produzida por uma quadrilha de saqueadores que tiraram dele o sustento mas não a dignidade. Ele ainda acha que o caminho é o trabalho e por isso ele é um exemplo para gerações posteriores que passam o tempo pensado o que o mundo deve a elas ou como ela se sentiu ofendidinha porque alguém falou algo que ela pode, quem sabe, achar que feriu sua delicada sensibilidade.
Este senhor está apenas tentando trabalhar, mesmo que na informalidade, mesmo que sem estabilidade no emprego e aposentadoria integral, um privilégio dos companheiros e mortadelas que ele financia via impostos toda vez que compra um quilo de feijão ou paga a conta de luz.
Parem de falar de abstrações e comecem a mostrar os rostos da crise. Em vez de “dar tapa na cara da sociedade” erotizando crianças ou promovendo vulgaridades que só interessam a uma meia dúzia de pervertidos, mostre que cada vez mais brasileiros não podem colocar comida na mesa de casa e essa é a vergonha nacional.
Se conhece alguém que tem “preocupação social”, que se acha “solidário”, pare de se apoiar num governo que colocou esse senhor na rua, que expropriou os recursos da sociedade e dos empreendedores, dos que geram empregos, para suas próprias contas em off-shores, apartamentos de cobertura na praia e vida de nababo.
O dinheiro que falta para este senhor hoje está sendo gasto também em publicidade nos jornais que “não sabem” se existe base jurídica para o impeachment ou que acham que a corrupção deste governo é questão de opinião.
Outros bilhões que poderiam estar na sociedade gerando oportunidades para este desemprego estão em bancos “de desenvolvimento” para serem torrados com doadores de campanha e companheiros do partido ou em obras faraônicas em ditaduras, verdadeiras fortunas que evaporam tão rápido quanto as notas de rodapé dos jornais que mencionam estes empréstimos.
No dia 13 de março, vá para a rua vestindo preto para mostrar que o país está quebrado, que não há motivo para festa e que esse senhor merece respeito. Cada dia que Dilma está no Planalto é mais um tapa na cara dele e de todos nós.
Pois é. Será que esse trabalhador desempregado é também um membro da elite insensível que não suporta os pobres dividindo a poltrona dos aviões com os ricos agora, como diz o ex-presidente Lula? Como dizia Stalin, uma morte é uma morte, mas milhões de mortes são apenas estatística. A esquerda joga com isso. No discurso de taxa de inflação ou de desemprego se perde o que realmente importa: são vidas se perdendo, sonhos concretos se desfazendo, pais de família sofrendo a angústia de não ter o que colocar no prato de seus filhos.
Indivíduos com nome, sobrenome e rosto têm visto suas vidas se esvaindo bem diante de seus olhos, com o retrocesso sem precedentes que o PT impôs ao país. O cinismo dos petistas ao fingir que nada disso acontece torna a coisa ainda mais abjeta. São canalhas da pior espécie, psicopatas mesmo! Infligem um grau enorme de dor a milhões de brasileiros e depois repetem uma narrativa podre de que tudo não passa de conspiração de uma elite golpista que não suporta as “conquistas sociais” do partido.
Todo esquerdista que alega se preocupar com os mais pobres, mas defende o PT, não passa de um hipócrita, de um sujeito baixo, asqueroso. A campanha de quem realmente se importa com os mais pobres só pode ser uma agora, idealizada por Reinaldo Azevedo:
Quem é contra a saída de Dilma do poder é contra o povo brasileiro, é contra esse senhor da foto acima, que só quer uma oportunidade de trabalhar com dignidade para sustentar sua família. Se você se incomoda de fato com o sofrimento alheio, então só há uma coisa a fazer: ir protestar contra a Dilma, seu governo e o PT no próximo dia 13 de março!
Rodrigo Constantino