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Jesus Cristo era de esquerda? Há controvérsias. É possível encontrar, em suas mensagens, algumas passagens claramente antagônicas ao acúmulo de capital, que é a base do sistema capitalista que tanto progresso trouxe à humanidade, em especial aos mais pobres. Mas, em contrapartida, outras passagens deixam bem claro o enfoque de Cristo na solidariedade voluntária, a única moralmente defensável. Cristo jamais defendeu o uso da força ou da coerção para tirar bens dos mais ricos e distribuí-los aos mais pobres. Não era, nesse aspecto, um revolucionário socialista em hipótese alguma.

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Mas socialistas modernos (se isso for algo possível) gostam de usar Cristo para fazer propaganda de sua ideologia igualitária. Um desses “engraçadinhos” chegou a dizer que, se Cristo vivesse hoje, seria um comunista “hard core”. Como assim? Alguém que sabia perfeitamente que devemos dar a César o que é de César e que jamais defendeu o uso da espada para tomar a propriedade alheia? Jesus ficaria horrorizado com os socialistas, esses que mascaram sua inveja com slogans aparentemente nobres contra a desigualdade.

Não importa: os socialistas querem se apropriar de Cristo, pois sabem que, para o sucesso de sua revolução, a Igreja precisa ser conquistada. Por isso a Teologia da Libertação, um casamento forçado entre Cristo e Marx, com evidente predomínio do último. “Frei” Betto, Leonardo Boff et caterva adoram se infiltrar no cristianismo para destilar seu socialismo invejoso e, por vezes, odiento. Cristo era paz e amor; “Frei” Betto pegou em armas e aplaude seu companheiro Fidel Castro, o maior tirano do continente. Não dá para misturar uma coisa com a outra.

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Mas é justamente o que fez Evo Morales, o líder boliviano do “socialismo do século XXI”, aquele igual ao do século XX em termos de resultado (escravidão, miséria e mortes), apenas com roupagem diferente. O presidente da Bolívia, talvez após ter mastigado alguma folha de coca estragada, presenteou o Papa Francisco com um peculiar crucifixo em madeira com Cristo sobre uma foice e um martelo, símbolos do comunismo, durante uma reunião que os dois mantiveram na noite desta quarta-feira em La Paz. Eis a imagem tosca da coisa:

É verdade que esse papa tem tido uns deslizes preocupantes, até por ser jesuíta. Sua postura é mais chegada ao esquerdismo mesmo, ainda que não seja o mesmo esquerdismo desses líderes latino-americanos que gozam com o poder de extrair de seus “súditos” seus bens à força. Papa Francisco adota mensagem um tanto anticapitalista, é verdade, mas fica no campo da persuasão, ao contrário desses governantes que partem para o ato de tomar o que é nosso contra nossa vontade.

Cristo, crucificado numa foice e martelo? Eis aí um simbolismo inaceitável, que tenta misturar os carniceiros soviéticos com aquele que preferiu morrer a reagir como um revolucionário belicoso. O que Lenin e Cristo têm em comum? O que o assassino de grávidas Che Guevara tem de similar a Cristo? Talvez os vermelhinhos pensem que basta uma barba para parecer Cristo. Mas Jesus jamais endossaria as ações criminosas desses socialistas!

É uma tremenda cara de pau, além de uma ofensa aos verdadeiros cristãos, pregar Cristo numa cruz em formato de foice e martelo, para associá-lo a esses trogloditas seguidores de Hugo Chávez. Dá uma baita vergonha de ser latino-americano nessas horas. Se esses governantes socialistas querem tanto assim parecer com Cristo, poderiam começar pelo final, e se pregarem numa cruz logo de uma vez. Não iriam salvar a humanidade, mas sem dúvida fariam um bem danado aos pobres latino-americanos…

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Rodrigo Constantino