Por Ricardo Bordin, publicado pelo Instituto Liberal
Como requisito prévio para entender o ponto deste artigo, peço que o leitor assista a dois curtos vídeos, abaixo reproduzidos, ambos por este escriba legendados.
No primeiro, a radialista britânica Katie Hopkins indaga a um ouvinte – que ligou para a rádio indignado com o veto temporário imposto por Donald Trump a sete países com histórico de ligações com grupos terroristas (lista esta elaborada pela administração Obama) – por que os refugiados destas nações não pedem asilo em países muçulmanos, e sim em nações cristãs. Aman admite, no desenrolar do diálogo, que o Islamismo “não passa por uma boa fase”.
No segundo, Asra Nomani, co-fundadora do Movimento pela Reforma Muçulmana, vai na mesma linha, declarando, durante entrevista concedida à Foxnews, que apoia a medida adotada pelo presidente americano, em nome da segurança do povo da América, e denuncia que movimentos de Esquerda (como a Open Society Foundation, financiada pelo Bilionário George Soros) estão por trás dos protestos que tomaram conta dos aeroportos naquele país.
Pois bem, este é o ponto: como reconhecem Aman e Asra, urge que o Islamismo sofra um processo de depuração, uma espécie de iluminismo, uma profunda revisão de vários de seus princípios basilares, tal qual outras religiões, especialmente a católica, experimentaram através dos séculos. Caso contrário, sua sina de colidir com os valores da civilização ocidental seguirá – para o sofrimento tanto de muçulmanos como de professantes de crenças judaico-cristãs.
Episódios como o de 2004, quando o papa João Paulo II pediu desculpas públicas pelos crimes cometidos por sua Igreja durante o período da Inquisição, são inimagináveis partindo de um Imã qualquer que, eventualmente, se mostrasse arrependido por tantas atrocidades cometidas em nome de Alá.
Só que essa mea culpa, bem como o correlato processo de reformulação de preceitos, não serão desencadeados do nada. Não fosse Martinho Lutero ter se levantado veementemente contra certos dogmas do catolicismo romano, e ainda poderíamos estar vendo “bruxas” sendo queimadas, indulgências sendo vendidas e o Estado imiscuído com religião no Ocidente. É necessário, sim, apontar o dedo e deixar claro que a Lei da Sharia é incompatível com o grau de prosperidade e civilidade atingido por nosso hemisfério [¹].
Nota-se que é bastante fácil criticar o pastor da Universal quando ele determina que seus fiéis somente possam copular após o matrimônio; que é uma moleza virar para os Testemunhas de Jeová e afirmar que não aceitar fazer transfusões de sangue para salvar vidas é absurdo; que é barbada dirigir-se para o pessoal do Candomblé e asseverar que sacrificar animais para os deuses é uma prática disparatada. E manifestar estas desaprovações para com os procedimentos de tais crenças é extremamente salutar, pois, via de regra, conduz ao aprimoramento da fé, ao abandono de certos expedientes despropositados.
Mas convenhamos que proceder de tal forma em relação ao Islã é tarefa que requer bem mais coragem – que o diga o pessoal do Charlie Hebdo. Esta preocupação em ofender muçulmanos nada mais é do que síndrome de Estocolmo engarrafada como politicamente correto. Medo mesmo.
E aí ficamos assim: sem ninguém dizer uma palavra sequer contra este código de normas dotado de gravíssimos problemas conceituais, que, não fosse uma religião, seria imediatamente abolido de países democráticos, tal a bestialidade de alguns costumes por ele pregados. Aliás, como bem explica o ouvinte Aman no vídeo acima, as divisões internas da crença, como a disputa entre Sunitas e Xiitas, são outro fator que exorta homens-bomba diariamente no Oriente Médio, e podem, inclusive, ter motivado o atentado na mesquita de Quebec.
Mas se nos faltar estômago para ajudar esta religião a alcançar um estágio menos bárbaro de comportamento, que sejamos, ao menos, solidários àqueles muçulmanos moderados, que travam esta luta há tempos. Sim, eles existem. Sim, muitos deles vivem próximos de nós. Mas o problema é que eles, normalmente, residem em bairros dominados pelo Islã, e onde a Sharia é simplesmente imposta por fanáticos. Em alguns casos, a polícia até mesmo tem se recusado a atender chamadas de estupro e espancamento de mulheres (como nos subúrbios de Londres) por receio de ser acusada de islamofobia.
Ou seja, muito ajuda quem não atrapalha: se não quiser ombrear esforços com pessoas como Asra Nomani, pelo menos não fique postando #IslamismoPaz&Amore desassociando atentados terroristas da religião dos perpetradores. No mínimo, pois, respeite a batalha destas pessoas e não fique encampando marchas em apoio àqueles que tanto as fazem padecer, enquanto tenta apenas aparecer. O resultado desta contenda nos interessa a todos: ou estes muçulmanos conscientes conseguem convencer o restante de seus correligionários a rever suas condutas, ou pode ser que nós todos venhamos a ser “convencidos” a adorar outro deus em breve.
Ah, a constituição da América (e a nossa) proíbe qualquer espécie de “discriminação religiosa” – ainda que o objetivo desta empreitada seja possibilitar que seus mandamentos se adequem ao século XXI? Bom, primeiramente, as restrições impostas por Trump não estão associadas diretamente ao Islamismo – se assim fosse, países como Bangladesh, Indonésia e Índia teriam entrado no rol.
Ademais, os direitos à vida e à dignidade estão muito acima em nossa escala valorativa, até onde se sabe. Se algum maluco fundar uma religião que permite o roubo e cuspir na cara de outrem, devo permitir que levem meu carro e receber saliva no rosto alegremente, em respeito ao credo alheio? I don’t think so!
E parece que bastante gente concorda, viu…
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