Como culpar o regime militar por todos os nossos males é o esporte predileto da esquerda, que graças a essa vitimização conseguiu até chegar ao poder, vou pegar carona e concordar ao menos uma vez: na área da educação, em boa parte nossos problemas se devem mesmo aos militares. Explico.
Na década de 1960, nossos militares achavam que, para derrotar o comunismo, bastava asfixiar seu movimento político-revolucionário. Ou seja, deveriam perseguir os “soldados” como José Dirceu, nada mais. Ainda encaravam a ameaça leninista como a pior, enquanto os comunistas já estavam se adaptando aos ensinamentos de Antonio Gramsci. Os militares eram analógicos; os comunistas, digitais.
Foi assim que nossos “milicos” afastaram os “vermelhinhos” da política por um tempo, mas deixaram de lado toda a área cultural. A imprensa, as universidades, os sindicatos e até as igrejas ficaram com o caminho livre para a ocupação pelos comunistas. O aparelhamento foi impressionante, e seu impacto pode ser sentido até hoje. Foi graças a isso, inclusive, que o PT chegou a ficar no poder por tanto tempo, apesar de infindáveis escândalos e trapalhadas.
Após décadas a fio de ocupação vermelha, há, pela primeira vez, uma tentativa de reação por parte de cidadãos cansados da doutrinação ideológica em nossas escolas e universidades. Falo do movimento Escola Sem Partido, que inspirou projeto de lei homônimo. Que ele tocou na ferida é algo que fica claro pela forte reação da patota organizada. São dezenas de artigos deturpando o conceito do projeto, pintando-o como censura ou obscurantismo, tudo para tentar resguardar o modelo atual de doutrinação.
Rodrigo Constantino
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