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Cunha é o homem errado no lugar certo agindo de forma certa pelo motivo errado

A reação dos petistas era previsível, mas não deixa de ser, por isso, cínica ao extremo. Seu foco será todo voltado para a figura de Eduardo Cunha, como se o impeachment fosse algo exclusivo dele, e não um desejo nacional com respaldo técnico, após mais de 30 pedidos encaminhados ao Congresso.

O PT pediu o impeachment de Collor. O PT pediu o impeachment de Itamar Franco. O PT pediu, várias vezes, o impeachment de FHC. Mas quando o PT é alvo do pedido de impeachment, feito por um fundador do PT e acatado por um deputado do PMDB, da base governista, aí é “golpismo”. Sério: esses petistas são mesmo uns canalhas! Circula na internet a “cronologia da incoerência” dessa turma:

impeachment

Gravei um vídeo ontem de noite, com direito a vinho para celebrar a notícia, em que explico o ridículo desse foco na pessoa de Cunha e nos motivos que o levaram a tomar tal decisão de acatar o pedido de impeachment de Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. Essa gente está caindo na falácia da “tirania das intenções”, expliquei.

Se um ladrão liga para a polícia para relatar um estupro, a denúncia é inválida? Cunhei no vídeo, com o perdão do trocadilho, essa frase que dá título ao texto. Vejam o vídeo todo, de apenas dez minutos:

A tirania das intenções: por que a turma que reclama do fato de ter sido um sujeito como Eduardo Cunha a acatar o processo de impeachment, pelos motivos errados como a vingança, não passa de um bando de hipócritas e românticos ignorantes.

Posted by Rodrigo Constantino on Quarta, 2 de dezembro de 2015

Em sua coluna de hoje, Merval Pereira lembra que, em política, há fato novo e fato consumado, e que a abertura do processo de impeachment, que ainda precisa enfrentar obstáculos e que depende da pressão popular acima de tudo, já é um fato consumado:

Em política, há apenas dois fatos determinantes: o fato novo e o fato consumado. O fato político novo do impeachment está consumado, não importa se quem o desencadeou foi um presidente da Câmara sem credibilidade.

Nem Eduardo Cunha nem a presidente Dilma têm condições de posarem de heróis do povo brasileiro, ele comemorando no twetter o impeachment como se o tivesse aceitado em atendimento aos anseios da maioria da população, a presidente fazendo-se de vítima de uma revanche política, sem motivos para ser impichada.

Não importa se Cunha foi movido por revanche, o que importa é que o impeachment é legítimo, constitucional, baseado em fatos e com amplo apoio popular. O resto é desespero de petistas que morrem de medo de perder as tetas estatais e ter que efetivamente trabalhar na vida para se sustentar. Mas esse dia vai chegar…

E eles sabem disso, no fundo, por mais que caiam na fase de negação da realidade. Ela será dura demais para alguns, acostumados a só mamar no estado. Muitos terão os sindicatos ainda para explorar, é verdade. Outros já ficaram podres de ricos. Mas vários perderão as mamatas e é isso que os desespera, levando a essa reação incoerente e raivosa.

Quanto a Cunha, ele passa a ser o “meu malvado favorito”, como no filme. Ou, se preferirem outra analogia no lugar de Gru, serve essa também:

tiradentes

É por isso que Cunha fica para depois: senso de prioridade. Como a turma das redes sociais não perdoa e não perde tempo, a ideia foi capturada com perfeição por esse “meme”:

Enquanto isso, a nação vai se preparando para ter, no lugar de Dilma, a esposa de Michel Temer como primeira-dama, o que, ao menos do ponto de vista estético, representa um baita “upgrade”:

temer

E Dilma? Bem, Dilma que fique lá, avaliando o tamanho da encrenca em que se meteu…

Dilma trolha

Rodrigo Constantino

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