Se os indianos tiveram a Madre Teresa de Calcutá, nós temos a Madre Marina de Xapuri. Cansado da “mamãe” Dilma, o povo agora quer sonhar novamente. Afinal, democracia que compara projetos e propostas, histórico e alianças é mesmo algo muito monótono. O brasileiro é mais afeito às utopias messiânicas, a um “salvador da Pátria”, ou salvadora, no caso.
Se tiver um passado de agruras, uma infância miserável, uma bela narrativa de vítima para contar, aí fica imbatível. O ex-operário que passou fome ia acabar com a fome no Brasil. Seu “Fome Zero” foi um fiasco, mas isso é detalhe. O crescimento chinês veio lhe salvar, e o povo carente logo o enxergou como o novo Padim Ciço.
Não teve mensalão que o fizesse acordar do feitiço. Lula iluminou seu poste e Dilma, que era ele mesmo em forma mais feminina, foi eleita. A “mãe do PAC”, o Programa de Auxílio a Cuba, seria a “gerentona” eficiente. Entregou apenas recessão e inflação. Dilma foi a pior presidente que o Brasil já teve. Mas justiça seja feita: foi a melhor para a ditadura cubana.
Cansado — com razão e muito atraso — do PT, o povo brasileiro quer uma nova esperança. Não quer o candidato mais bem preparado, com a equipe mais robusta, com as ideias mais estruturadas. Nada disso tem charme. Quer uma solução definitiva, alguém que represente a “nova política”, que carregue uma aura de santidade e paire acima dos reles mortais.
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