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O pente-fino nos benefícios de auxílio-doença já renderam uma economia anual de R$ 1,9 bilhão, de acordo com os números mais recentes do resultado das perícias que estão sendo feitas pela força-tarefa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Para o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, o beneficio de auxílio-doença “estava fora de controle”.

Segundo ele, 84% das pessoas que passam pela perícia tiveram o benefício cancelado e apenas 2% pediram revisão da decisão. “Isso significa que admitiram que estavam recebendo indevidamente”, disse.

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O ministro informou que os resultados até agora indicam que a perícia nos auxílios-doença pode garantir uma economia de mais de R$ 10 bilhões por ano quando todo o trabalho de fiscalização estiver completo. A expectativa inicial era de que o pente-fino garantisse uma redução de gastos de no máximo R$ 8 bilhões. A checagem atingirá 1,7 milhão de pessoas em todo o País.

As fraudes encontradas surpreendem. Osmar Terra contou que foi encontrado caso de mulher que obteve o auxílio por gravidez de risco que ainda recebia o benefício cinco anos depois. Outro caso descoberto mostrou uma pessoa que quebrou perna e recebia o benefício há 12 anos, mesmo depois de a fratura ter sido corrigida.

Muitos devem lembrar de um “debate” em que participei com Ciro Gomes há quase dez anos, no qual um deselegante adversário, raposa velha da política, ficava me interrompendo o tempo todo e cobrando detalhes de um plano mais abrangente que eu expunha: a redução drástica do tamanho do estado, um ente hipertrofiado, obeso e que representa um enorme fardo aos trabalhadores e empresários, os que produzem riqueza para o país.

Em certo momento o truculento Ciro soltou essa, que virou bordão: dá bilhão? Ele queria saber se minhas propostas de corte davam um bilhãozinho de economia. Ora, só as ONGs recebiam, àquela época, uns R$ 13 bilhões por ano! A folha salarial do governo federal tinha ultrapassado os R$ 200 bilhões. Ministérios inúteis consumiam bilhões. E claro, as fraudes, a incompetência, os desvios, o inchaço fruto das mamatas, tudo isso era impossível de precisar, motivo pelo qual ele usou tal estratégia pérfida, mas qualquer pessoa com bom senso saberia que seria algo na casa das dezenas, das centenas de bilhões.

Aí está uma palhinha, uma pequena amostra. Muitas outras já vieram à tona. Cortes bilionários com um simples olhar mais atento, passando uma lupa, um pente-fino, sem reformas estruturais, sem fechar diversos ministérios inúteis, cabides de emprego, sem privatizar estatais, sem cortar as tetas de sindicatos, ONGs e “movimentos sociais”. E mesmo assim já dá bilhão, muitos bilhões!

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É temerário alguém repetir, como fez Ciro e faz a esquerda toda, que não há onde cortar gastos públicos, num país com um governo tão inchado e ineficiente. É coisa de quem quer preservar as mamatas mesmo, pois está do lado consumidor dos nossos impostos, de quem leva alguma vantagem, possui algum privilégio, não de quem produz para pagar tais impostos.

Dá bilhão? Veja aí: dá dez bilhões só com um pente-fino num único auxílio estatal. Imagina o que mais tem por aí…

Rodrigo Constantino