Por Pedro Rafael, publicado pelo Instituto Liberal
A Venezuela viu reacender uma luz no fim do túnel. A nova Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, foi empossada nessa semana. Ao todo, são 162 deputados. Deles, 112 apenas pelo MUD, uma coligação de oposição. O resulta indica que, felizmente, o povo venezuelano segue manifestando sua esperança em novas políticas. Chegou a hora de virar a página do país, passando do chavismo para um futuro próspero, já chamado por alguns como VI República – designação que faz referência ao histórico político da Venezuela.
O novo presidente da Assembleia Nacional é o experiente deputado Henry Ramos Allup. Naquele país, o costume é que seja eleito o parlamentar mais antigo de Casa. Mas nem tudo são flores: Allup com seus 72 anos de idade, pertence ao Acción Democrática (AD), partido que, junto ao COPEI, idealizou em tempos passado o “Pacto de Punto Fijo”. A política foi responsável por gerar séria crise social-econômica na Venezuela dos anos 1990, que se desdobraria, posteriormente, na ingrata vitória de Hugo Chávez em 1998 à presidência.
Por outro lado, não se pode negar que há, sim, certa tendência de renovação. O partido com mais deputados, por exemplo, é o Primero Justicia, agremiação que faz parte o ex-candidato à presidência Henrique Capriles. A legenda é formada por políticos mais jovens, e, talvez, ali esteja melhor representado o futuro da Venezuela pós-chavismo.
É ilusão, porém, achar que o declínio do chavismo será fácil. Nas últimas plenárias da antiga Assembleia Nacional, de maioria chavista, por exemplo, foram aceitos 13 novos juízes para a Suprema Corte. Felizmente ou infelizmente, eles serão a verdadeira balança-real do que resta do Poder Executivo venezuelano, que conta com cada vez menos legitimidade.
Acuado, há o risco – ainda – de o presidente Nicolás Maduro ir para o tudo ou nada. Ele pode radicalizar a cartilha e o (mau) legado deixado por seu antecessor, Hugo Chávez. É que a nova Assembleia tende a aplicar mudanças no atual governo, podendo – inclusive – convocar um plebiscito para que o povo julgue se o Executivo segue ou não. Instituto esse, aliás, que não existe no Brasil.
Mas será que com o atual presidente da Assembleia Nacional, sendo um antigo parlamentar desde antes de Chávez, era mesmo o que os venezuelanos esperavam como mudança? Ele será capaz de inspirar multidões que desejavam total renovação? Ele não traz à memória um passado que quer voltar a ser futuro?
De todas as dúvidas, uma só certeza: a Venezuela terá um longo caminho a percorrer. Há desafios gigantescos tanto no campo econômico, quanto no social, no institucional e no político. Esse é um momento no qual as novas forças e lideranças venezuelanas precisarão deixar a vaidade de lado para reconstruírem o país.
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