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Decifrando os rolezinhos, por Denis Rosenfield
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Creio que o tema dos “rolezinhos” já deu o que tinha que dar. Cansou até. Mas como ainda há gente da esquerda tentando se aproveitar deles de alguma maneira pérfida, vale a pena destacar a excelente síntese que Denis Rosenfield fez hoje em artigo no Estadão.

Primeiro, a própria constatação do motivo pelo qual o fenômeno virou um “enigma”, criando da noite para o dia vários sociólogos especialistas em “rolezinhos”. Diz o professor de filosofia:

A questão dos rolezinhos não deixa de suscitar indagações, com diferentes atores políticos adotando posições segundo as suas próprias conveniências, como se se tratasse de um enigma difícil de decifrar. E assim é porque no Brasil tudo o que foge ao controle governamental ou coloca uma pequena dissidência em relação ao PT ou à mentalidade de esquerda reinante termina se apresentando como um “enigma”.

Ou seja, a perplexidade geral surge porque incomoda o PT ou vai contra a típica mentalidade esquerdista. Mas será que há tanto assim para ser buscado na reação da “classe média” a esse fenômeno? Será que passa mesmo por discriminação, preconceito, incômodo com a ascensão social da periferia, como repetem os esquerdistas? Rosenfield responde:

Há uma questão da maior relevância, relativa à construção e arquitetura dos shoppings, planejados para serem visitados por um determinado número médio de pessoas, segundo um desenho específico. Não são pensados para abrigar manifestações públicas. Sua arquitetura não permite uma invasão de milhares de pessoas para correrem em seu interior, cantando e criando tumulto. Para esse efeito não importa que sejam jovens, idosos, brancos, negros, homens ou mulheres. Não há aí nenhuma questão de discriminação, mas tão somente de quantidade e de forma de manifestação.

Cuidado com a ótica ideológica, ela pode obliterar a visão!

O óbvio ululante. O puro bom senso. Qualquer pessoa desprovida de forte ranço ideológico seria capaz de perceber isso. O que incomoda é o tumulto, a baderna, a insegurança criada pela enorme quantidade de gente que confunde shopping com baile funk, desrespeitando os demais ali presentes. Simples assim.

É preciso ser um sociólogo ou psicólogo com doutorado na França para entender algo diferente disso e começar a destilar seu marxismo ultrapassado, enxergando luta de classes em tudo. Enfim, apenas aqueles com a visão totalmente turvada pelo marxismo são incapazes de compreender algo tão evidente.

Mas o que seria da nossa esquerda jurássica sem seus “oprimidos” e “opressores”, não é mesmo?

Rodrigo Constantino

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