“Os marxistas inteligentes são patifes; os marxistas honestos são burros; e os inteligentes e honestos nunca são marxistas.” (J.O. Meira Penna)
O mundo acompanhou em choque as lamentáveis cenas da “eleição” na Venezuela este fim de semana, com extrema violência do regime ditatorial de Maduro para levar no grito. Mais gente inocente morreu, como vem acontecendo há meses desde que o socialista intensificou a opressão para se manter no poder. A Venezuela já é uma ditadura socialista, e até mesmo jornais moderados ou com viés de esquerda já reconhecem o fato inegável.
Mas se a realidade é evidente para quase todos, ainda há aqueles que precisam insistir na mentira, na deturpação, na narrativa de “combate ao imperialismo” para sustentar sua ideologia nefasta. Fossem os socialistas preocupados com os fatos e já teriam abandonado o socialismo faz tempo: há um século que essa utopia terrível vem espalhando apenas miséria e terror no mundo. Mas o “socialismo do século XXI” seria diferente. Não foi. Talvez na próxima tentativa…
E, enquanto o mundo acorda para mais esse retumbante fracasso dos métodos socialistas, os devotos da seita ou os oportunistas fazem de tudo para justificar o injustificável e salvar o bebê de Rosemary. Os “isentões”, como os tais jornais “moderados”, atacam o regime de Maduro, mas fazem de tudo para poupar o socialismo. É mais raro encontrar a palavra “socialista” nas reportagens sobre o caos venezuelano do que petista honesto. É como se não houvesse causa e efeito entre as medidas socialistas e os resultados desastrosos.
Já os mais fanáticos e canalhas nem isso aceitam. Criticar Maduro, para eles, seria fazer concessões indevidas aos inimigos, aos “imperialistas”, aos “burgueses”, aos “capitalistas”. Essa gente parou no tempo, não viu nada do que se passou nos últimos 100 anos, e segue o mesmo discurso marxista e leninista do passado. É constrangedor, mas serve para mostrar o poder de destruição cerebral de uma ideologia, ou a falta de caráter de quem busca nessa seita um caminho oportunista para seus interesses.
É o caso de Emir Sader, o bufão da extrema-esquerda brasileira. Eis o que ele escreveu:
E os milhões de venezuelanos que sofrem sob o regime opressor, sem liberdade, sem democracia, sem pão e segurança? Eles que se danem, não é mesmo, Sader? O “pensador” socialista, em artigo recente no Brasil171, liga sua metralhadora giratória contra a “direita” no poder, e inverte absolutamente tudo, culpando os outros por aquilo que o seu PT fez com o país:
A economia do país está parada. É exatamente o que o capital especulativo quer. Inviabilizar qualquer projeto de desenvolvimento econômico para o país, mostrar que seu destino é a estagnação.
Destruir o Estado é parte inerente do projeto de restauração neoliberal. Liquidar com o patrimônio público, com qualquer capacidade de regulação estatal, de proteção que o Estado oferecia aos trabalhadores, resguardando seus direitos, é o sonho do grande empresariado nacional e estrangeiro desde 2003.
Promover o maior desemprego a história do país é indispensável para deixar os trabalhadores desamparados e na defensiva para defender seus direitos, disponíveis para o que quer a nova legislação do trabalho – negociar em quaisquer condições, aceitar salários miseráveis por promessas de manutenção do emprego.
E por aí ele vai, fingindo esquecer ou não saber que foi o PT que causou a maior recessão da nossa história, que destruiu as empresas estatais, transformando-as em lotes para vantagens a grandes empreiteiros em troca de propinas, que acabou de vez com a educação pública, que engessou o mercado de trabalho produzindo 15 milhões de desempregados etc. Sader segue Lenin e acusa os inimigos daquilo que eles, os socialistas, fizeram.
Mas Sader não está só. Existem vários como ele espalhados por aí, nas universidades, na mídia, na política e nas igrejas. Até mesmo no judiciário! E também no exterior, claro. Os portugueses não podem reclamar: eles também têm o seu Emir Sader. Atende pelo nome Boaventura Souza Santos. Já falei dele aqui no blog antes. Trata-se de um completo maluco ou, o que é mais provável, de um rematado canalha. Em texto recente, saiu em defesa de Maduro, como se fosse o mesmo que defender a Venezuela e os venezuelanos:
A situação foi-se deteriorando até que, em dezembro de 2015, a oposição conquistou a maioria na Assembleia Nacional. O Tribunal Supremo suspendeu quatro deputados por alegada fraude eleitoral, a Assembleia Nacional desobedeceu, e a partir daí a confrontação institucional agravou-se e foi progressivamente alastrando para a rua, alimentada também pela grave crise económica e de abastecimentos que entretanto explodiu. Mais de cem mortos, uma situação caótica. Entretanto, o Presidente Maduro tomou a iniciativa de convocar uma Assembleia Constituinte (AC) para o dia 30 de Julho e os EUA ameaçam com mais sanções se as eleições ocorrerem. É sabido que esta iniciativa visa ultrapassar a obstrução da Assembleia Nacional dominada pela oposição.
A narrativa de sempre: um povo pobre e oprimido que quer apenas sua autonomia, enquanto os “imperialistas”, com suas multinacionais, não permitem. De preferência os malditos ianques. Não vem ao caso o fato de que os americanos foram e são os maiores compradores de petróleo da Venezuela, irrigando o caixa do regime que vem oprimindo a população, matando inocentes, destruindo tudo.
O texto abjeto de Boaventura foi compartilhado com animação pelo “Jornalistas Livres”, mostrando que os comunistas não desistiram da tática de inverter sempre o sentido das palavras. Como sabia Orwell, liberdade quer dizer escravidão para essa gente, paz quer dizer guerra, e tolerância quer dizer intolerância. Não é por acaso que o regime mais fechado, brutal, opressor e assassino do mundo hoje é comunista e se chama “república popular democrática” da Coreia do Norte. Bolívar Lamounier chegou a desabafar em sua página do Facebook:
Diante de tanta canalhice por parte desses socialistas, fica até difícil manter a postura elegante, civilizada e liberal de defender a liberdade de expressão. Sabemos que é o certo e o melhor, e que mesmo os néscios e os cafajestes devem ter o direito de expor suas imbecilidades e mentiras. É o que nos diferencia deles, entre tantas outras coisas.
Mas confesso que bate aquela vontade de deixar o lado mais autoritário falar um pouco mais alto e defender a extradição forçada de todos os defensores de Maduro para a própria Venezuela. Até porque pela ótica deles seria um favor, como mandar um “coxinha” para Miami. O fato de que jamais aceitariam se mudar para o país socialista apenas comprova como são hipócritas, pois sabem, no fundo, que o “paraíso” que pregam é um inferno!
Rodrigo Constantino
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