Ler Delfim Netto é sempre uma surpresa, algo como namorar uma bipolar: você nunca sabe se será o dia da mania ou da depressão. No caso de Delfim, uma espécie de “Sarney da economia“, que há décadas circulou em torno do poder, você nunca pode dizer se o texto será escrito pelo “médico” ou pelo “monstro” de antemão. É preciso ler e depois descobrir.
Hoje foi escrito pelo “médico”, sem dúvida, pelo analista, não pelo político. Em sua coluna na Folha, Delfim Netto ataca o sindicalismo pelego, basicamente pelos mesmos motivos que condena o socialismo “real” (o único que existe, diga-se):
Aprendi, na vida, com todas as tentativas fracassadas de socialismo “real” a que assisti, que a propriedade “coletiva” dos fatores de produção acaba sempre sendo a propriedade de “ninguém” e tem a terrível propensão à acomodação que corrompe mesmo honestos administradores, como ensina a boa teoria. Quem ainda tiver dúvida que olhe para qualquer uma de nossas estatais…
A mesma desilusão alcança hoje os atuais sindicatos: veio à luz o que todos sabiam, mas que agora foi escrachado! A intervenção de Getúlio Vargas, por meio da CLT, criou o monopólio da unicidade e, para maior conforto do pelego, o imposto sindical. Destruiu o velho sindicalismo honesto e agressivo construído pelos imigrantes anarquistas italianos que tivemos a sorte de receber. Os surgidos depois da CLT foram apenas instrumentos políticos dos governos e, agora sabemos, também do poder econômico que nasceram para limitar.
Já passou da hora de acabar com isso!
Na teoria, os sindicatos existem para proteger os interesses dos trabalhadores. Na prática, serve para peleguismo, para enriquecimento ilícito de sindicalistas safados, para produzir baderna de olho na defesa de seus “bandidos preferidos” da política, os de extrema-esquerda.
Assim como o socialismo: na teoria, a igualdade plena num mundo sem classes. Na prática, e com o perdão da palavra, mas a única conceitualmente correta que pode ser reproduzida aqui, o socialismo é uma bosta! Literalmente…
Sindicalismo pelego e socialismo: duas faces da mesma moeda podre, que precisam ser combatidos por todos aqueles que desejam um Brasil mais livre e próspero.
Rodrigo Constantino
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