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A esquerda radical falava em revolução no passado, inclusive armada, e atacava a democracia como um instrumento da pequena-burguesia (das “elites”) para se perpetuar no poder e explorar os mais pobres. Isso é coisa do passado. O socialismo revolucionário foi um fracasso tão evidente, tão grandioso, que essa esquerda carnívora precisou se adaptar e incluir a democracia em seus discursos. Apenas em seus discursos.

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Ou seja, mais Gramsci e menos Lenin era o recado da turma. O poder seria conquistado pelas vias democráticas, e uma vez lá, a esquerda iria derrubar todos os pilares que sustentam a democracia (que merece tal nome). Acabaria com a independência da imprensa, compraria a oposição, distribuiria esmolas para comprar o voto dos mais pobres de forma populista, ofereceria rios de dinheiro para as grandes empresas em troca de apoio e financiamento de campanha, praticaria estelionatos eleitorais e aparelharia toda a máquina estatal.

Mas a democracia em si, aquela que exige pluripartidarismo, divisão e descentralização de poderes, pesos e contrapesos, limites constitucionais e uma opinião pública livre, continuava sendo o inimigo dessa esquerda. Lula mesmo disse que a democracia era uma “farsa”, apenas um meio para chegar ao poder. A esquerda socialista jamais teve apreço pela democracia; ela a enxerga somente como um trampolim para tomar conta dos bolsos e mentes dos cidadãos, tratados como súditos.

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Pois bem, o resultado é conhecido. Os “bolivarianos” do Foro de SP, ou “socialistas do século XXI”, ou simplesmente comunistas sob nova embalagem, chegaram ao poder em vários países latino-americanos. Fizeram um enorme estrago na Venezuela, o mais avançado rumo ao totalitarismo antidemocrático que miram na prática. Quase destruíram a Argentina, hoje sob o comando de um liberal que vem revertendo gradualmente a lambança. Tomou o Equador, a Bolívia. E claro, avançou bastante no Brasil.

Mais de 70% dos venezuelanos querem a saída antecipada do presidente Nicolás Maduro, aponta uma pesquisa da consultoria privada Datincorp, divulgada nesta terça-feira. O levantamento também mostra que o referendo revogatório, um dispositivo previsto na Constituição venezuelana, é visto pela população como a melhor alternativa para obter o afastamento do atual chefe de Estado.

Eis aí a “democracia” da esquerda: a imensa maioria do povo quer a saída do governante, mas ele continua lá, expandindo seus poderes a despeito disso, corroendo ainda mais o que sobrou da democracia, pilhando o que restou da riqueza do país. No Brasil não é diferente: somente 5% apoiam o governo petista, e mesmo assim estamos falando da gangue do pixuleco, pois ninguém em sã consciência e com um mínimo de honestidade apoiaria essa quadrilha. Mais de 60% querem o impeachment. Mas a esquerda continua falando em democracia e escolha popular. Qual, cara pálida? Leandro Ruschel resumiu bem o absurdo da coisa:

72% dos venezuelanos querem a saída imediata de Maduro na Venezuela. Essa é a democracia da esquerda. Manter no poder governos corruptos e incompetentes utilizando todas as ilegalidades e sacanagens imagináveis, criando finalmente uma ditadura que reina numa sociedade destruída. Essa é a ÚNICA agenda verdadeira de PT, PSOL, PCdoB e Rede….

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Mas o mais triste, além do próprio estrago causado por tiranos na pele de democratas, é que nem todos aprendem a lição. Muitos continuam flertando com o socialismo, condenando apenas os “métodos” do PT sem compreender que são resultado direto de sua ideologia nefasta. Vários continuam desconfiando do capitalismo liberal e demandando mais estado, mais intervencionismo. Querem trocar apenas as pessoas, não o modelo ou a ideologia. Chegam a sonhar com o PSOL, que nada mais é do que o PT de ontem e sua linha auxiliar.

Existe uma esquerda democrática?, perguntaria um leitor. Sim, existe. Chama-se social-democracia, respeita os valores básicos elencados acima, e prega um modelo de bem-estar social dentro das regras do jogo democrático. Sou, naturalmente, um grande crítico dessa esquerda, por entender que seus meios não geram os resultados desejados. Mas respeito seus representantes, que participam de forma civilizada do debate democrático de ideias.

Essa esquerda, no Brasil, é representada pelo PSDB, que de forma absurda é “acusado” de ser de direita ou liberal pela esquerda radical e antidemocrática. Em outras palavras, o PSDB é de onde deveria partir o debate democrático pela esquerda, não onde deveria acabar à direita, como querem os socialistas e como acontece em nosso país atrasado. Hillary Clinton e Obama são os tucanos dos Estados Unidos, e tidos como esquerdistas.

Eis por que o PT deveria acabar, ser extinto, ter seu registro cassado. Não só pelas falcatruas todas, pela corrupção, como também por, em sua essência, não ser um partido democrático de fato, não aceitar as regras do jogo. O PT e o PSOL, assim como os demais satélites socialistas, são partidos antidemocráticos, que usam o discurso democrático apenas para atrair ignorantes e depois explorá-los.

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Eles são justamente aquilo que acusam os partidos liberais e conservadores de serem. Fazem seus ataques diante de um espelho, como lhes ensinou Lenin. Abusam dos mais ignorantes, exploram a miséria alheia, compram todos que estão à venda, e tudo isso em nome da “democracia”, o que os torna muito piores do que fascistas declarados. Precisam ser exterminados politicamente, para o bem da própria democracia. Nenhum regime democrático que mereça tal nome preservaria no poder alguém contra a vontade de 70% do povo!

Rodrigo Constantino