Por Ricardo Bordin, publicado pelo Instituto Liberal
Chamou minha atenção um artigo de David Nammo, publicado pela National Review, onde ele traz à tona dados de uma pesquisa conduzida pelo The American Culture and Faith Institute, os quais revelam a larga aceitação dos americanos pelo socialismo (em torno de 40%) e seu apoio a bandeiras da agenda “progressista”. O articulista, diante dos números, chega a adotar um tom alarmista, afirmando que o experimento bem sucedido implantado pelos pais fundadores da América estaria ameaçado, e que tanto os valores tradicionais quanto a consciência dos benefícios do livre mercado precisariam ser urgentemente resgatados, sob pena de o projeto que erigiu aquela nação vir a colapsar.
O autor acusa, em especial, os veículos de jornalismo e as instituições de ensino superior por esta mudança no ideário popular, alcançada por meio do uso de subterfúgios como a distorção da linguagem e a inserção de pautas ideológicas em obras de ficção. E este novo panomara seria, pois, capaz de orientar a adoção de políticas públicas e a elaboração de leis em sintonia com seus dogmas estatizantes e intervencionistas, bem como influenciar o Judiciário a interpretar as normas (e extrapolar de suas funções, desrespeitando o sistema de ckecks and balances) conforme esta postura mais à esquerda de parcela considerável do povo americano.
O principal aspecto desnudado pelas entrevistas realizadas é que o maior grupo de cidadãos identificado (58% dos consultados) diz-se politically moderate (o nosso conhecido “isentão”), e, no entanto, boa parte de seus preceitos coincidem com aqueles professados pelos “liberals”(ou leftists, traduzindo da novilíngua para inglês), tanto no aspecto econômico quanto no cultural. Ou seja, há um substancial número de esquerdistas involuntários nos Estados Unidos, os quais, sem nem mesmo perceber que viraram idiotas úteis, empurram o outrora lar dos bravos na direção da América Latina – muito por conta da propaganda e da patrulha politicamente correta.
Ao final, o escriba conclama a todos que amam a terra da liberdade a disseminarem os princípios que nortearam a construção de um dos países mais prósperos da história da humanidade. Trata-se de um apelo de inquestionável importância, mas que causa menos alarde, por certo, quando levamos em conta a idade dos indivíduos submetidos ao questionário: dezoito anos ou mais, isto é, nascidos antes de 1999.
O que remete, enfim, ao título deste texto. A chamada geração Z, que engloba os nascidos de 1995 até 2010, já usufruiu do privilégio de contar com a Internet durante todo seu processo educacional, desde a alfabetização até a faculdade. Eles ainda constituem um grupo, todavia, que foi submetido durante a formação de seu caráter ao conteúdo quase monopolista e enviesado ideologicamente da mainstream mídia, bem como exposto ao proselitismo político dos militantes disfarçados de professores – ambos movimentos intensificados após a revolução de costumes dos anos 1960 – sem contar com uma alternativa, com fontes de conhecimento e formadores de opinião que contrapusessem esta lavagem cerebral de moldes gramscianos.
É somente no decorrer da primeira década deste século que começam a despontar na grande rede mundial de computadores, em número relevante e em escala planetária, comunicadores autônomos que desafiam as informações e análises contaminadas pelo esquerdismo transmitidas por TV, rádio, jornais e revistas (e suas versões digitais). É quando o Infowars.com, os vídeos produzidos pela equipe de Dennis Praguer e muitas outras iniciativas similares começam a ganhar adeptos e a concorrer pela audiência outrora cativa da imprensa ordinária (no bom e no mau sentido).
É também neste mesmo cenário que a hegemonia do discurso dos “educadores” em sala de aula começa a ser questionada por meio de alguns poucos cliques no smartphone que direcionem às páginas do Instituto Liberal, do Mises Brasil, do Senso Incomum, dentre outros. Chega ao fim o reinado absoluto dos supostos arautos do saber que mais querem saber é de lobotomizar adolescentes.
O que levanta a questão: por desfrutarem da chance de crescer e desenvolver-se podendo comparar o que afirmou o “analista” da Globonews ou o professor de História vestindo uma boina estilo “Che” com o que tem a dizer, sobre o mesmo tema, pessoas como Alexandre Borges, Flávio Morguenstern ou Rodrigo Constantino, seria esta a geração que dispõe das ferramentas para, finalmente, romper os grilhões do pensamento e não mais deixar que George Soros pense por eles?
Aparentemente, sim. São cada vez mais frequentes os casos de estudantes que não deixam passar barato desonestidades intelectuais dos docentes, graças à fibra ótica. As empresas de jornalismo, vitimadas pela mesma conjuntura, vem perdendo seguidores junto com sua credibilidade para produtores independentes estabelecidos em websites (e que não dependem de verba de anúncios estatais nem de concessões governamentais para seguir operando) como nunca dantes constatado.
Não por acaso, existe um esforço coordenado para convencer os internautas de que notícias obtidas sem o “selo de autenticidade” da mídia tradicional são fakenews características de uma era denominada “pós-verdade” – a qual aprofundou-se com a vitória de Donald Trump combinada com o Brexit. Tentativas de dificultar ou até mesmo impedir o acesso do cidadão comum à banda larga também deixam claro que a conquista de espaços, corações e mentes movida a marxismo sentiu um baque inesperado. Até mesmo perfis humorísticos de redes sociais viraram alvo do “bater de pés” indignado daqueles habituados por tanto tempo a falarem sem sofrerem réplica. A bolha estourou e seu impacto foi sentido em toda parte – até na França.
Recentemente, o irmão de um amigo e uma tia fizeram-me a mesma pergunta: quem seria o governante capaz de melhorar a vida dos brasileiros? Bom, a maioria dos integrantes desta nova geração bem sabe que a resposta é nenhum, pois aprenderam, a partir da invenção de Tim Berners-Lee, que não se deve esperar nada do Estado senão que ele mantenha-se fora do caminho entre o indivíduo e sua felicidade. A tia e o irmão do amigo? Fazem parte de uma geração “perdida”, que absorveu coletivismo e paternalismo estatal demais, e não há muito o que fazer por estas pessoas em idade já avançada.
Já os membros da geração pós-monopólio da esquerda ainda tem muito o que construir e modificar no mundo. São eles os agraciados, desde a mais tenra idade, desde o início de sua formação intelectual, com os instrumentos para não se deixarem incorporar pela Matrix comuna. Sorte deles – e nossa. Uma hora esse processo teria de ser invertido mesmo, sob o risco de faltar comida e papel higiênico por toda a face da Terra. Se eles vão aproveitar a oportunidade ou não, só o tempo dirá.
Avante, geração “L”, de “Livres para escolher”. Nos livrem dessa, para o seu próprio bem!
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