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Deputado mineiro propõe 10% de vagas para usuários de drogas

Deu em O Tempo *:

Diante da escassez de investimentos públicos para os tratamentos de usuários de drogas no Estado e da alta taxa de ocupação das vagas públicas destinadas a esse tipo de abordagem, Minas poderá adotar uma medida polêmica: reservar 10% das vagas em concursos públicos no Estado para dependentes químicos.

A sugestão foi feita pelo presidente da Comissão de Enfrentamento ao Crack, o deputado estadual Vanderlei Miranda (PMDB), durante o ciclo de debates Um Novo Olhar sobre o Dependente Químico, encerrado, ontem, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na capital. “Fomos muito cobrados de que o poder público não ajuda na reinserção de usuários de drogas. Sugeri isso ao governo, mas ainda não obtive resposta para decidirmos o que fazer”, afirmou.

O liberal Herbert Spencer ficou conhecido pela frase atribuída a Darwin, de que a evolução era a sobrevivência dos mais adaptáveis. Sua visão radical contra o estado seria associada, então, ao “darwinismo social”, e seu livro The Man versus the State é considerado um dos mais nefastos pelos “progressistas”.

Mas Spencer tinha vários pontos interessantes, entre eles a noção correta do mecanismo de incentivos. Ele sabia que, se algo é premiado com esmolas, privilégios ou qualquer tipo de benefício estatal, esse algo seria fomentado, fosse o que fosse. Qualquer comportamento que acabasse punido pelos efeitos do próprio comportamento seria desestimulado, mas se o estado interviesse para oferecer recompensas, o mau comportamento seria estimulado.

Hoje esse é um pensamento um tanto óbvio – ou deveria ser. Mas a esquerda não quer saber de lógica, de resultados concretos, pois vive no mundo das ilusões, da retórica, da fantasia e da imagem. Os esquerdistas posam de abnegados, usando o estado para recompensar, e assim fomentar, as atitudes erradas, imorais, destrutivas.

Na era da vitimização, esse mecanismo acabou ampliado, hipertrofiado. Todos os losers são vistos como pobres vítimas, e nunca se cobra deles a responsabilidade pelos atos que os transformaram em perdedores. Ao contrário: passa-se a mão em suas cabeças, transfere-se a culpa para abstrações como “sociedade” ou “sistema”, e se oferece alguma vantagem por ele ser um perdedor.

Em vez de cobrar atitude e responsabilidade dos que enveredaram pelo caminho das drogas, por exemplo, os “progressistas” preferem tratá-los como pobres vítimas que precisam de tutela estatal. Não satisfeitos, alguns querem mais: querem privilégios mesmo, recompensas, prêmios!

O sujeito é drogado, destrói seu futuro, atrofia seu cérebro com pedras de crack, e o político quer lhe conceder o privilégio de vagas reservadas em concursos. Não, isso não é uma “proposta polêmica”, como diz o jornal. É uma proposta absurda, indecente, imoral, estúpida, fruto de uma época que perdeu a noção das coisas, tomada pela mentalidade invertida de valorizar o que há de pior, tratando como coitados e vítimas aqueles que escolhem o pior caminho. Até quando?

* A notícia é de 2013, velha, portanto. Mas vale a análise mesmo assim, pois muitos “progressistas” ainda alimentam essa ideia estapafúrdia.

Rodrigo Constantino

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