A tática de muito esquerdista sempre foi tentar misturar tudo e todos para que ninguém possa ser tido como superior. É a ditadura da mediocridade, alimentada pelo relativismo moral. “Ninguém é perfeito” é a frase preferida dessa turma, para equiparar quem já colou numa prova no ginásio a quem já estuprou dezenas de vítimas.
É a estratégia que os inimigos da Lava-Jato estão usando contra Deltan Dallagnol e Sergio Moro no momento. Também é o que leva gente doida a tentar incutir culpa em quem celebra nas redes sociais o Dia dos Pais com fotos felizes ao lado dos seus progenitores, pois há quem não tenha pai e possa se sentir triste ou ofendido com isso.
Lembrei dessas coisas todas ao ler a “reportagem” de Bela Megale no GLOBO sobre os gastos do Partido Novo com as cotas permitidas. O viés ideológico salta aos olhos no esforço contundente de tentar misturar todos, joio e trigo, como se ninguém fosse melhor do que ninguém. Que o leitor analise o grau de picuinha por conta própria:
Apesar do discurso do partido Novo contra privilégios e outros mimos do serviço público, deputados da legenda preferiram não abrir o próprio bolso na hora de comer sushi, pizza e quitutes, como pão de queijo com doce de leite. Dos oito deputados, quatro gastaram juntos R$ 5.074,49 da cota do gabinete com alimentação desde o começo do ano.
Teve nota até de R$ 6,67 que um deputado não abriu mão de pedir o reembolso. Foi o caso do parlamentar Alexis Fonteyne (SP). Com o dinheiro público da Câmara, por exemplo, ele almoçou em Indaiatuba, em fevereiro, e gastou R$ 46,13. E não deixou de gastar da cota da Câmara um pacote da balinha Halls, por R$ 2,75.
Pois é: se alguma coisa ilustra bem o que é procurar pelo em ovo, então só pode ser isso! A rapaziada do Novo corta gastos na veia, adota postura republicana, recusando-se até a receber líderes do governo antes da reforma previdenciária pois já fechou questão a favor do governo e não quer dar margem a suspeita de negociatas, busca fazer política de uma forma realmente diferente, mas a jornalista vai criar caso com o reembolso de uma bala!
Desconheço quem considere que os neófitos do Novo sejam pessoas perfeitas, santos incarnados ou altruístas abnegados imunes a qualquer tentação. São seres humanos e, portanto, imperfeitos. Erram e vão errar muito ainda. Mas esse tipo de matéria serve apenas para denegrir a imagem do Novo, para tentar manchar sua reputação e nivelar todos por baixo. Pediu reembolso para bala? Então não venha criticar quem vota contra a reforma e não se preocupa com a sustentabilidade fiscal!
O que a jornalista não fez foi comparar os gastos da bancada do Novo, composta por oito deputados, com aqueles da bancada do PSOL, com dez deputados e com discurso moralista e igualitário. Os socialistas gastaram muito mais até agora! Conforme o portal de transparência da própria Câmara, eis o que temos em termos relativos:
Em 2019, na legislatura 56, gasto dos DEPUTADOS DO PARTIDO PSOL com cota: R$ 1.551.134,85
Em 2019, na legislatura 56, gasto dos DEPUTADOS DO PARTIDO NOVO com cota: R$ 366.018,94
Em 2019, na legislatura 56, gasto dos DEPUTADOS DO PARTIDO PSOL com verba de gabinete: R$ 6.306.535,89
Em 2019, na legislatura 56, gasto dos DEPUTADOS DO PARTIDO NOVO com verba de gabinete: R$ 2.796.871,06
Em 2019, na legislatura 56, gasto dos DEPUTADOS DO PARTIDO PSOL com auxílio-moradia: R$ 68.898,59
Em 2019, na legislatura 56, gasto dos DEPUTADOS DO PARTIDO NOVO com auxílio-moradia: R$ 14.000,00
Em outras palavras, os dez deputados do PSOL gastaram mais do que o quádruplo do que os oito deputados do Novo com cota, mais do que o dobro com verba de gabinete, e quase o quíntuplo com auxílio-moradia. Mas o que chocou a jornalista foi o pedido de reembolso da bala. E isso, segundo ela, é fatal para o discurso do Novo: “A prática não é ilegal e é feita por todos os deputados desde sempre – e, agora, incluindo alguns do Novo, com ou sem discurso”.
São todos iguais, diz a mensagem “subliminar” dela. Não, não são! Respondem todos aqueles que ainda não perderam o bom senso…
Rodrigo Constantino
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