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Desemprego aumenta para mais de 13 milhões e é alerta para governo Bolsonaro: foco na economia!

O número de desempregados cresceu e atingiu 13,1 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em fevereiro deste ano. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta sexta-feira (29). O desemprego cresceu pelo segundo trimestre consecutivo. 

A taxa de desocupação ficou em 12,4%, enquanto era de 11,6% no trimestre anterior, que contempla os meses de setembro a novembro de 2018. Na época, o Brasil tinha 12,2 milhões de desempregados. A taxa de subutilização atingiu o pior indicador da série histórica, medida desde 2012, com 27,9 milhões de brasileiros nesta situação (24,6%). Houve crescimento de mais de 901 mil pessoas nesta situação em relação ao trimestre anterior. 

É claro que isso não é culpa de um governo que mal começou, mas deve servir de alerta para Bolsonaro. Uma ala de sua militância está focando demais em temas secundários, em vez de priorizar a reforma previdenciária. Quer resolver os problemas de corrupção, doutrinação ideológica nas universidades, viés da mídia e degradação de valores morais na sociedade em poucos meses, num passe de mágica. Não tem como dar certo!

Como venho repetindo faz tempo, mesmo os apoiadores mais ideológicos de Bolsonaro, que consideram a agenda dos costumes mais relevante do que qualquer outra, precisam compreender que sem a retomada econômica, nada vai andar. E o motivo é simples: a imensa maioria do povo não votou em Bolsonaro porque leu Olavo e entendeu a “guerra cultural” em curso. Essa gente quer, acima de tudo, mais segurança e emprego.

Um país com mais de 13 milhões de desempregados e outros vários milhões subempregados é um país com um tecido social esgarçado e com os nervos à flor da pele. Não tem muita paciência. Não aguenta esperar muito pela recuperação. É um povo que tem pressa! E é por isso que a demora ou, cruzes!, a não aprovação da reforma previdenciária seria caótica para o governo, e colocaria em xeque sua própria sobrevivência.

Quem está desempregado não tem saco nem tempo para falar de “Golden Shower” no carnaval ou de comunismo nas universidades. A urgência é outra: comer! Bolsonaro venceu com quase 58 milhões de votos, por inúmeros fatores distintos: antipetismo, combate à corrupção, agenda conservadora nos costumes, liberalismo de Paulo Guedes na economia, cansaço com insegurança etc. Agora, ele é o presidente de todos os brasileiros. Mas a parcela mais fanática acha que, como o “mito” é seu, o presidente também deve ser só seu.

Espera-se que Bolsonaro entenda o equívoco dessa noção. Ele é o presidente de todos, e para se tornar um estadista, precisa saber justamente priorizar as pautas mais relevantes e essenciais. Com mais de 13 milhões de desempregados, nem é preciso ser um gênio para perceber o que deve ser colocado em primeiro lugar…

Rodrigo Constantino

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