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Desemprego: a corda arrebenta sempre do lado mais fraco (e a culpa é do governo)

Fonte: GLOBO (Foto: )

“O poder sindical é essencialmente o poder de privar alguém de trabalhar aos salários que estaria disposto a aceitar.” (Hayek)

Deu na coluna de Ancelmo Gois hoje no GLOBO:

Ou estuda ou se trumbica
A corda arrebenta sempre do lado mais fraco. Veja estes dados coletados por Manuel Thedim, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade.
A taxa de desemprego na Região Metropolitana do Rio da turma sem estudo passou de 5% para 12%, um aumento de 166% na comparação entre o segundo trimestre de 2015 e o mesmo período deste ano.

Segue…
Já a taxa de desemprego entre os mais escolarizados, no mesmo período, aumentou 50%, passando de 4% para 6%.

Contra fatos não há argumento. Mas, como sabia Ludwig von Mises, é preciso uma boa teoria para explicar a história, e não o contrário. O fato é inegável: o desemprego aumentou mais entre os mais pobres e com menos escolaridade. A questão que surge é: por quê?

A narrativa da esquerda sindical é conhecida: culpa da ganância dos empresários, do lucro, da ambição, da insensibilidade ou algo do tipo. Balela, claro. Não faz o menor sentido. O empresário quer lucro sim, e por isso ele precisa contratar os funcionários mais produtivos, mais eficientes. É aqui que mora o perigo para os mais pobres…

Se os empresários pudessem pagar menos por quem gera menor produtividade, tudo bem: a conta se ajusta, e as empresas não precisariam demitir essa mão de obra na crise (causada pela esquerda, vale lembrar). Mas elas não podem! O governo não deixa! Os sindicatos não permitem!

Os encargos trabalhistas chegam a dobrar o custo do empregado para a empresa. São férias remuneradas, décimo-terceiro, vale-transporte, vale-alimentação, licença de maternidade e paternidade, FGTS etc. Vai somando tudo é aquele que recebe R$ 2 mil de salário custa, para o empregador, uns R$ 4 mil.

Não é preciso ser um Prêmio Nobel de Economia para saber que os trabalhadores menos produtivos serão os mais prejudicados por esse modelo. Basta não ser um Ph.D. da Unicamp para intuir o óbvio. Se o governo e os sindicatos impõem uma barreira mínima acima da produtividade média dos trabalhadores menos eficientes (com menor escolaridade), mantê-los em tempos de crise significará prejuízo para as empresas.

E ninguém abre um negócio por altruísmo. Sem falar que, mesmo levando em conta a visão romântica da esquerda, o empresário deveria demitir os menos eficientes por abnegação também, já que mantê-los poderia significar a bancarrota da empresa e a demissão de todos os funcionários. Os consumidores – mesmo os esquerdistas e sindicalistas – costumam ser objetivos na hora da compra: querem levar o melhor disponível pelo menor preço.

Desconheço casos em que os consumidores – mesmo ou principalmente os esquerdistas e sindicalistas – perguntem antes ao vendedor se o processo produtivo empregou muitos pobres ineficientes, e depois da resposta, comprem o produto mais caro felizes da vida, pois estão contribuindo para a redução do desemprego.

Logo, se quisermos reduzir o desemprego para valer, principalmente entre os com menor escolaridade/produtividade, a solução deve ser a redução dos encargos, a flexibilização das leis trabalhistas, o fim do imposto sindical. Ou isso, ou vamos continuar lamentando o aumento do desemprego entre os mais pobres, e culpando a ganância dos empregadores…

Rodrigo Constantino

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