Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo

Desencantei-me com a esquerda! E agora?!

desencanto2É famoso o bordão repetido pelos remanescentes esquerdistas em pleno século XXI no Brasil: “A direita governou por 500 anos, agora deixe a gente governar”. Algo que seria hilário, não fosse a burrice tão crônica: a direita não tem nada a ver com o que a esquerda define que seja sua inimiga – e muito menos a direita apareceu no Brasil – que dirá na desastrosa ditadura militar.

desencanto3Até que veio a consagração do PT e… veio o mensalão, veio todo o esquema econômico traduzido em “Bolsas” que logo perderam o encanto, a numerologia que cada vez mais é apartada da realidade (do “tirou 40 milhões da miséria” até os jornalistas petistas garantindo que o PT triplicou o valor do real perante o dólar), a blogosfera progressista, o plano de regular a mídia e a internet, o negacionismo psicótico da militância para admitir corrupção ou malversação, a transferência de dinheiro para ditaduras, o petrolão, o BNDES, o fracasso político com as alianças que iam de Collor, Maluf e Sarney a Feliciano, Cunha e Temer (ao contrário do que se diz, todos são ou foram da base governista), o aparelhamento de estatais que fizeram até uma petrolífera dar prejuízo, a falência econômica com o dinheiro das Bolsas acabando com a classe produtiva (e o PT com cada vez menos a “distribuir”, gerando as pedaladas fiscais para fingir que faz um bom trabalho) e, por fim, o Tico Santa Cruz.

desencanto4Não, o sonho não acabou. G. K. Chesterton, um dos maiores pensadores de direita do mundo, ao explicar por que, na verdade, temorgulho de ser reacionário, explica: não são sonhos que os jovens têm, que perdem quando velhos. É mais realidade que ganham, com a experiência da vida (o pensamento “conservador” não significa conservar o mundo como está, mas pensá-lo através desta experiência). Mais velhos, somos, por definição, mais desconfiados de soluções milagrosas, dependentes de tomar o poder e controlar toda a sociedade por umas poucas mãos.

desencanto5A confusão aí não é de argumentos, mas de conceitos. Qualquer um é contra exploradores e opressores, mas a esquerda, usando o termo para pessoas normais, que trabalham e produzem riqueza, faz com que pessoas normais, embebidas apenas de fontes esquerdistas de interpretação da realidade, enxerguem mesmo um “explorador” em um empresário que gera riqueza e compartilha com funcionários e clientes por um mundo melhor – já que o blog preferido do esquerdista chama capitalistas de “exploradores”, mesmo que seja um simples pasteleiro – enquanto não enxerga exploração, por exemplo, nos impostos brasileiros – e nem mesmo na ditadura cubana, que enriquece os irmãos Castro, mantendo o povo na miséria de um salário de US$ 15/mês, em troca de “igualdade” e “educação e saúde gratuita” (mesmo sem poder ler um único livro contrário aos Castro).

desencanto6Tal cabedal de conhecimento não consiste em autoritários malvados e ignorantes (a despeito do que repete como vitrola rachada uma pretensa filósofa petista) que desconhecem Ronald Dworkin ou György Lukács; pelo contrário: os estudam e escrevem sobre eles. Se a esquerda não faz o mesmo com a direita (mesmo estes nomes óbvios são, com raríssimas exceções, completamente desconhecidos dos universitários brasileiros), é, sim, porque ela se tornaria de direita se conhecesse a esquerda.

desencanto7Não tenha medo, porque a única desvantagem de ser de direita – ficar malvisto nas rodinhas de bem falantes e no palpitariado nacional – está deixando de existir nestes tempos em que a presidente parece amargar menos de 7% de aprovação. Agora, pode perceber que usou os conceitos errados – e acreditou que a realidade eram estes conceitos – e abraçar aquilo que sempre achou que odiava, sem saber o que era: a direita, seja liberal, conservadora ou libertária.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros