Deu na coluna de Ancelmo Gois que o Rio deve bater recorde este ano de adolescentes apreendidos pela polícia desde o início da série histórica, em 2000. Já foram, até setembro, 9.859. Ou seja, sem dúvida serão mais de 10 mil até o fim do ano.
Diante disso, há duas reações bem distintas. De um lado, há a visão de mundo da esquerda, que encara isso como um problema basicamente social, e acha que a escola é a melhor, se não a única resposta.
Do outro lado, a visão de direita, que considera a impunidade o maior chamariz dos jovens pelo mundo do crime, somada à falta de valores morais na sociedade. Vários desses marginais tiveram a oportunidade de estudar ou até estudam.
O que não possuem são famílias estruturadas, valores morais e religiosos que possam freiar essa tentação, e medo de uma punição mais severa caso pegos com a boca na botija.
Atacar os problemas morais e familiares é muito mais complexo e demorado, e a própria visão de mundo esquerdista, ao fomentar o hedonismo e desmoralizar a religião, em nada contribui para resolver esse problema estrutural.
Já as escolas acabam sendo uma continuação desses lares desestruturados e sem limites, pois muitos desses adolescentes chegaram a frequentar aulas, mas intimidavam os professores e adotavam postura igualmente desrespeitosa ou mesmo criminosa nesses lugares. Elas, sozinhas, não têm como resolver nada, e os mais famosos traficantes do Rio tiveram acesso à educação escolar.
No curto prazo, portanto, o mais eficiente é atacar a impunidade mesmo. Só a noção de que serão severamente punidos caso cometam crimes poderá reduzir a tentação de seguir por essa trilha perversa. Mas o Estatuto da Criança e do Adolescente, assim como a maioridade penal de 18 anos, em nada ajudam nessa batalha.
A polícia fica, assim, enxugando gelo. Prende os jovens marginais, que serão pouco tempo depois soltos, para continuar no mundo do crime rindo e debochando dos policiais. Tornaram-se inimputáveis, intocáveis. O que os faz cada vez mais ousados.
Redução da maioridade penal e punições mais severas para quem atenta contra a propriedade e a vida de terceiros: eis o único antídoto imediato. Prevalece a visão de direita, como de praxe.
Rodrigo Constantino
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