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Dilma, a estagiária que fez experimentos com o Brasil. Ou: A embalagem petista está vazia

O editorial do Estadão de hoje está, como de praxe, um primor, tanto em forma como em conteúdo. A descrição que o jornal faz das “habilidades” de nossa presidente é impecável, até porque, convenhamos, elas não existem! Ao conselho do ex-presidente Lula, para que Dilma saia mais às ruas, fale mais com o povo, abrace crianças, enfim, para que seja mais populista como ele mesmo, o jornal rebate alegando que não funcionaria. Afinal, o povo já se deu conta de que comprou gato por lebre, que foi enganado, ludibriado pelo marqueteiro. Diz o editorial:

É preciso acabar de uma vez por todas com a lenda segundo a qual a presidente Dilma Rousseff enfrenta imensas dificuldades políticas porque não é afeita ao varejo das negociações com o Congresso e porque ela tampouco se anima a se expor aos eleitores em busca de popularidade. O desastre de sua presidência não resulta dessas características, e sim de sua incontestável incapacidade de diagnosticar os problemas do País e de ministrar-lhes os remédios adequados. A esta altura, a maioria absoluta dos brasileiros, de todas as classes sociais, já se deu conta de que o problema de Dilma não é sua reclusão ou sua ojeriza aos políticos, mas simplesmente sua incompetência. Prometeram-lhes uma “gerentona” e lhes entregaram uma estagiária.

[…]

Dilma, Lula e os petistas agarram-se assim à crença de que basta melhorar a comunicação com os eleitores para que esse combalido governo comece a respirar e a dar a volta por cima. De fato, a atividade política é baseada em imagem, marketing e slogans, mas, como mostram as agruras de Dilma, só isso não é suficiente: se a embalagem do produto vendido estiver vazia, o consumidor se sentirá enganado e não tornará a comprá-lo.

Que resumo perfeito: os eleitores de Dilma acharam que tinham comprado uma gerentona, mas levaram uma estagiária incompetente e irresponsável, que resolveu brincar de fazer experimentos heterodoxos com o Brasil, impondo sua “nova matriz macroeconômica”, filhote do desenvolvimentismo. Como resposta à reação do povo enganado que agora acordou, o PT oferece não uma mudança radical de rumo, mas a empulhação, o engodo, mais mentiras e passes de mágica, o populismo.

Mas não vai funcionar: mesmo os que votaram em Dilma já perceberam que a embalagem estava vazia quando chegaram em casa. Demorou, é verdade. Mas aconteceu. A farsa acabou. E a estagiária, que nunca deveria ter acumulado tanto poder, será demitida!

Rodrigo Constantino

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