Por Bernardo Santoro, publicado pelo Instituto Liberal
Sites como a Infomoney e a Revista Exame publicaram o vazamento de algumas propostas que Dilma Rousseff apresentará amanhã ao “Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social” com o objetivo de retomar a agenda de crescimento econômico no Brasil.
Esse Conselho é um grupo de intelectuais de esquerda, líderes sindicais e grandes empresários, normalmente com muitas conexões com o Governo, que supostamente são lideranças políticas do setor produtivo nacional, que estaria sendo convidado a participar de um diálogo com a Presidente para mudar o panorama econômico do país, atolado hoje em dívidas públicas, falta de produtividade, alta carga tributária e burocracia sufocante.
“Coincidentemente”, todas essas grandes lideranças foram, em algum nível, beneficiadas por algum tipo específico de benesse estatal, como a Lei Rouanet, a Contribuição Sindical obrigatória ou a “bolsa-empresário”.
E uma das propostas que, como dito acima, vazou, foi justamente o retorno do maldito programa “bolsa-empresário”.
Em artigo para a Gazeta do Povo expliquei como funcionava o “bolsa-empresário” nos seus pormenores. Reproduzo aqui parte do seu conteúdo:
“O governo encerrou o Programa de Sustentação dos Investimentos (PSI), uma linha de crédito concedida por meio do BNDES para diversos empresários com juros subsidiados, a título de investimento para aumento da produtividade nacional, na expectativa de que houvesse, com isso, crescimento do emprego, da renda e da tributação.
A conta final ainda não foi fechada, (…), mas estima-se (…) um prejuízo total de mais de R$ 250 bilhões. Por causa desse caos, o PSI ficou conhecido como “bolsa empresário” (…).
A ideia era relativamente simples: o governo obrigava o BNDES a emprestar dinheiro para empresários a juros que variavam de 6,5% a 11% ao ano, enquanto, para custear esse programa, captava recursos no mercado financeiro através de títulos da dívida pública que raramente eram vendidos abaixo da taxa de 12% ao ano. Como a captação do dinheiro era mais cara que o seu empréstimo, a conta desse prejuízo ficava, como sempre, para o pobre pagador de impostos.
Não por coincidência, apenas 1% dos empresários beneficiados (…) recebeu o equivalente a 56% dos empréstimos baratos concedidos. Certamente também não é coincidência que grande parte desses empresários investiu grandes quantias de recursos em campanhas de candidatos ligados ao governo federal nos últimos anos.”
Voltando…
O prejuízo estimado na primeira versão do bolsa-empresário é, como visto, de 250 bilhões de reais, o que é uma gigantesca violência contra o cidadão pagador de impostos no Brasil. Isso significou uma perda estimada de cerca de 62% de todo o dinheiro investido pelo governo no programa.
A se manter o mesmo nível de performance do novo bolsa-empresário, em uma realidade de 50 bilhões de reais, podemos estimar prejuízos na soma de 31 bilhões de reais.
Em outras palavras, Dilma está anunciando para o povo brasileiro a criação de um novo propinoduto bilionário, certamente para arraigar, em caixa um ou dois, as campanhas do Partido dos Trabalhadores para as eleições deste ano, em parceira com o que há de mais nojento em matéria de empresariado parasita do Estado. Afinal, a máquina não pode parar.
Será mesmo que é repetindo a fórmula que não deu certo que vai se gerar a retomada do crescimento? Albert Einstein uma vez disse: “insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. A partir dessa definição, só podemos pensar que a Presidente é louca… ou uma ladra velhaca. Pelo benefício da dúvida, ficarei com a primeira opção.
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