A que ponto as coisas chegaram? Depois que Paulo Skaf fez de tudo para não se encontrar com a presidente Dilma e não associar sua candidatura a ela, foi a vez de os próprios candidatos do PT sumirem com Dilma em suas campanhas. Foi o caso de Fernando Pimentel em Minas Gerais, despertando a reação do presidente do PT, Rui Falcão, que disse não admitir a ocultação de Dilma nas campanhas:
O presidente do PT, Rui Falcão, reclamou ontem, em reunião da Executiva Nacional do partido, de um movimento “Pimentécio” velado em Minas: dobradinha entre o candidato petista a governador, Fernando Pimentel, e o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves. Ex-governador por dois mandatos, o tucano lidera a corrida presidencial no estado com 41% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Ibope realizada entre 26 e 28 de julho. Dilma aparece com 31%.
Segundo participantes da reunião, Falcão, que é coordenador geral da campanha presidencial, afirmou ter cobrado Pimentel pela ausência de Dilma no material de campanha distribuído pelo candidato. Ainda de acordo com o presidente do PT, o mineiro negou estar escondendo a presidente e disse que houve um erro na gráfica. Dilma também não é citada no jingle de Pimentel.
O presidente do PT chegou a afirmar: “Estamos vigilantes com nossos candidatos. Não vai ter candidato nosso dissociado da presidente. O partido não vai aceitar isso”. Quando o partido precisa impor a associação de seus candidatos à imagem da presidente da República, do próprio partido, então é porque as coisas estão feias mesmo!
Em 2010, no auge da euforia com o Brasil, produto de estímulos insustentáveis, todos queriam tirar uma casquinha do então presidente Lula. Tê-lo na foto era essencial, e vários candidatos fizeram inclusive montagens usando um estúdio, para dar a impressão de que estavam de fato ao lado do “padre Cícero” da atualidade.
Parece que isso ficou no passado. Hoje, cada vez mais gente, mesmo de dentro do PT, se dá conta de que ter como puxador de votos um governo com rejeição de quase 40% não é das melhores coisas para a campanha. Dilma sumiu! Não vai às ruas, e desapareceu até dos cartazes de seus velhos amigos, companheiros dos tempos de guerrilha. Que trágico fim, não?
Rodrigo Constantino
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