A dívida bruta do setor público não financeiro brasileiro avançou de R$ 4,789 trilhões em setembro para R$ 4,837 trilhões em outubro, como mostra pesquisa do Banco Central (BC). Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a dívida passou de 73,9% para 74,4%, novo recorde na série iniciada em 2006 e dentro do esperado pela autoridade monetária. Para o ano de 2017 completo, a projeção é de a dívida bruta corresponda a 77,5% do PIB.
Quanto à dívida líquida do setor público, o total ficou praticamente estável na passagem de setembro para outubro, em R$ 3,298 trilhões. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), foi de 50,9% para 50,7%. A previsão do BC era de 51,1%. A dívida fechou 2016 em 46,2% do PIB. Para o ano, o BC estima dívida líquida de 52,7% do PIB.
O tema pode ser técnico demais para o leitor médio, mas estamos aqui para apertar a tecla SAP: o governo é como um sujeito perdulário que cai nas mãos de um agiota. Os gastos públicos fora de controle são a principal causa de nossa baixa poupança doméstica e consequente taxa de juros elevada. Temos endividamento de país rico, sendo emergente: o custo é insuportável, e insustentável.
Sei perfeitamente que segurança pública é “o” tema do dia, até porque morto ninguém pode economizar e consertar as finanças. Mas ambos – segurança e economia – andam juntos, pois sem um o outro se esvai. Sem segurança, a economia não decola e as pessoas morrem, mas sem finanças em ordem não há como investir mais em segurança, e o desemprego não cede, alimentando a violência.
O Brasil precisa urgentemente atacar os dois maiores males: a impunidade e os excessivos gastos públicos. Somente assim teremos alguma possibilidade de sonhar com um país decente no futuro. A alternativa é continuar nessa guerra civil “velada”, território dominado por bandidos, e com elevado desemprego e taxa de juros absurda, impedindo o progresso.
Rodrigo Constantino
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