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Por Bernardo Santoro, publicado pelo Instituto Liberal

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Blowback é um termo usado em inteligência acerca das consequências não intencionais de uma operação militar quando elas se viram contra o autor da operação.

A esquerda americana (e os libertários também) argumenta que a criação da Al Qaeda e do ISIS, bem como o suposto ódio do mundo aos EUA, são blowback, ou seja, a consequência não intencional ruim da intervenção americana no mundo em cima dos próprios americanos.

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A seguir esse raciocínio, a eleição de um candidato com agenda isolacionista e radicalmente contrário aos movimentos organizados de esquerda seriam também o blowback desses movimentos.

O fato é que a esquerda radical alinskyana dos EUA, com suas ocupações, segregações de black lives matter, ideologia de gênero, abortismo e politicamente correto em geral, atrelado a um déficit público sem precedentes e intervenção generalizada na economia, foi simplesmente longe demais, gerando o “trumpismo”.

A teoria do blowback explodiu na cara dessa galera com a eleição de Trump, justamente em cima da mais importante discípula de Alinsky.

Quando a esquerda pauta o debate público com radicalismo, a resposta do outro lado só pode ser radical. Vai demorar muito até que a balança da normalidade se equilibre e políticos de centro-direita e centro-esquerda, moderados, voltem a ser os protagonistas do debate interno nos partidos republicano e democrata.

O discurso populista protecionista

Eu sempre tento, na medida do possível, enxergar o porquê das coisas. A pergunta mais importante e que todos estão fazendo é: por que Trump ganhou?

A resposta simples é: por que ele venceu em Michigan, Wisconsin, Ohio e Pennsylvania.

Ok, Flórida ajudou MUITO, mas ali todo mundo sabe que é sempre uma disputa apertada entre republicanos cubanos anticomunas e democratas das minorias importadas da América Latina. O que fez a diferença mesmo foram as vitórias nesses quatro estados.

E por que Trump ganhou ali? Pelo pior motivo possível, que foi o discurso populista protecionista.

Trump, em vários comícios e entrevistas, deixou claro para a população desses lugares que ia combater tratados de livre-comércio e trazer empresas americanas hoje terceirizadas no México e outros países de volta para esses estados que estão muito mal, inclusive ameaçando empresários de taxar pesadamente os produtos “outsourced”.

No entanto, em momento algum ele combate a causa dessa fuga de capital americano para o exterior: o custo-EUA imposto por sindicatos, tributos e legislação trabalhista e ambiental.

Para fazer a América grande outra vez, Trump precisará resolver as causas reais da queda de competitividade do ambiente empreendedor americano para esse trabalhador com pouca educação. Não pode ser através de força e ameaças ao empresariado e promessas vãs ao eleitorado.

Tomara que ele faça as escolhas certas. Essa é a nossa torcida.

E que aproveite e ponha a Hillary na cadeia pelos crimes cometidos, e se puder o Obama junto, por interferência em investigação federal, pois coisa que nem o Cunha conseguiu fazer aqui no Brasil, Obama fez nos EUA.