A Toyota anuncia investimento de um bilhão em fábrica em São Paulo. Ótima notícia para os paulistas, para os brasileiros. Mas, em clima permanente de campanha, o caso vira uma disputa política entre governador e presidente. Bolsonaro tenta puxar para si o mérito, enquanto Doria, direto do Japão, manda o presidente trabalhar mais e tuitar menos. Foi tema do Jornal da Manhã hoje:
Ao menos uma coisa nisso merece atenção extra: agora, presidente e governador disputam para ver quem atrai mais investimentos estrangeiros, ou seja, a premissa de que o capitalismo é ótimo não precisa mais ser questionada. Houve avanços claros, como lembra Alexandre Borges:
Bom ver políticos brigando para faturar o investimento da Toyota em SP, é um avanço civilizacional. Tenho idade para lembrar de governador comemorando chutar uma mega fábrica da Ford que iria para o RS e acabou na Bahia.
Borges resgata, ainda, comentário de Políbio Braga sobre os impactos positivos da fábrica da Ford na Bahia: “A inauguração do Complexo Industrial Ford NE trouxe riqueza e dezenas de novos empreendimentos como hotéis, pousadas, condomínios de luxo, shoppings, instituições de ensino superior e novas montadoras. O PIB local deu um salto de R$ 5,8 bi para R$ 15,8 bi.”
Enquanto o Brasil aceita, finalmente, as vantagens capitalistas, os Estados Unidos seguem com uma esquerda democrata cada vez mais radical. A “fresh face” Alexandria Ocasio-Cortez, recentemente, festejou que a Amazon desistiu de criar uma enorme sede em Nova York. O estado perdeu algo como 25 mil empregos que seriam gerados, mas a socialista achou ótimo, pois seu discurso é contra o “grande negócio”, sempre “explorador”.
Como fica claro, culturas podem evoluir, ou então retroceder. O tucano Doria abandona o ranço esquerdista do PSDB para celebrar mais negócios, mais capital externo, mais livre mercado. Enquanto isso, os democratas americanos flertam com a narrativa que, no Brasil, pertence ao PSOL. Não é irônico?
Rodrigo Constantino
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