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Um professor pode debater assuntos como racismo, homofobia e preconceito em sala da aula. Mas se for entrar nessa seara delicada, é bom que o faça da forma mais isenta e profissional possível, ou seja, levantando pontos para a reflexão dos alunos, mostrando diferentes pontos de vista, permitindo o contraditório.

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Não é isso que normalmente ocorre. Forçando um pouco a barra, eu até posso acreditar que as intenções são as melhores possíveis, uma premissa forte, eu sei. Mas mesmo nesse caso, o professor deveria se dar conta de que enfiar goela abaixo dos alunos uma visão de mundo totalmente alinhada a uma ideologia não é o melhor, não é adequado. E é isso que muitos fazem. Que a maioria provavelmente faz.

Vejam esse caso, ocorrido na Escola Magui. A administração ficou muito orgulhosa com o teatrinho, que poderia ter Jean Wyllys como diretor! Sim, porque o drama todo é a pura vitimização da esquerda para vender seus movimentos coletivistas em nome das “minorias” depois. Com corações e aplausos, os envolvidos e provavelmente seus conhecidos ficaram muito felizes com o resultado. Até chegarem os realistas e perguntarem: isso não é doutrinação? Deixo que o leitor tire sua conclusão própria:

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Como a página do Escola Sem Partido resumiu, trata-se de uma lavagem cerebral “do bem”. Mas qualquer um que já estudou História de verdade (não com seguidores de Paulo Freire), sabe que a pior tirania que existe é aquela em nome do “bem”. Esse trecho de Maquiavel Pedagogo, de Pascal Bernardin, mostra bem o absurdo e o perigo da situação:

Constatou-se experimentalmente que uma DRAMATIZAÇÃO, em que pese seu caráter aparentemente lúdico, é capaz de provocar dissonâncias cognitivas e as subsequentes alterações de valor. A identificação ativa ao papel assumido é suficientemente forte para aliciar o ator. Esse surpreendente resultado é incontestável e firmemente estabelecido. Ao obrigar os indivíduos a agir em oposição às suas convicções, sem constrange-los formalmente a isso, facilita-se o surgimento das dissonâncias cognitivas e a consequente organização do universo cognitivo do ator. A dramatização é a base do psicodrama, técnica psicológica correntemente utilizada. Igualmente, a dramatização constitui uma das psicopedagogias ativas mais poderosas e de uso mais comum (…).

O ESP conclui: “É óbvio que essa atividade NADA acrescenta ao conhecimento dos alunos sobre os problemas sociais mencionados (racismo, machismo, bullying, homofobia). Ela serve, porém, para induzi-los a aderir emocionalmente ‒ e, portanto, cegamente ‒ às pautas dos movimentos negro, feminista e LGBT; e, consequentemente, aos políticos e aos partidos que as defendem”.

Há como discordar? Alguém acredita mesmo que esse teatrinho dramático é a forma correta de ensinar aos alunos sobre esses temas? Alguém acha que o papel do professor é estimular a vitimização das “minorias” em sala de aula? Isso seria a tal meta de “formar cidadãos” e “conscientizar” pessoas, tão propagada pela esquerda?

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Infelizmente, não estamos falando de um caso isolado, da exceção; ao contrário: sabemos ser a regra. Gabriel de Arruda Castro, na Gazeta do Povo, mostrou hoje outros cinco casos de abuso que incluem comitê partidário dentro da escola, livro didático com distorção escancarada, e pregação política em classe. Até quando vamos tolerar esses abusos?

A extrema-esquerda começa sua revolução comunista dentro das salas de aula, e cada vez com vítimas mais novas. O PSOL e o PT aparelharam as escolas e universidades. Enfrentar isso talvez seja a batalha mais importante a longo prazo de quem pretende impedir o Brasil de virar uma Venezuela. A “educação” pública brasileira tem sido uma máquina de triturar cérebros, de produzir papagaios de slogans esquerdistas, de incutir culpa nos jovens e seduzi-los ao marxismo.

Sem combater essa politização do ensino não teremos chance de um futuro melhor. Uma escola sem partido é “a” causa que toda pessoa razoável deveria abraçar. Basta não ser de extrema-esquerda para perceber o absurdo disso. Eis uma luta que deveria unir todos, desde a esquerda moderada (PSDB e companhia) até a direita toda, liberal e conservadora. Alunos precisam aprender a pensar por conta própria. Chega de doutrinação!

Rodrigo Constantino