Os piores tiranos são aqueles que acreditam sinceramente em suas causas, os que acham que fazem o bem. O “fascismo do bem” é esse fenômeno que vemos hoje por aí, com gente autoritária disposta a qualquer meio em prol de seu “nobre fim”. E eles não descansam em tal esforço, pois o objetivo é lindo demais: salvar a Humanidade!
Salvar crianças, então, passa a ser uma causa irresistível demais. E como exatamente fazer isso? Não pensem que é lhes ensinando a ler e escrever bem, a pensar por conta própria, para que possam tirar suas próprias conclusões depois. Nada disso! Esse método seria replicar o modelo opressor vigente, velado, segundo os herdeiros intelectuais de Paulo Freire.
O lance é doutrinar, com o pretexto de “conscientizar”. E temos um exemplo perfeito no GLOBO hoje, com a entrevista com Marie Ange Bordas, uma artista visual que sente muito orgulho de seu trabalho de “limpeza” dos preconceitos incutidos pelos “opressores”. Eis alguns trechos:
As novas gerações vão dialogar e construir um mundo com paradigmas baseados na convivência, na justiça e na igualdade racial e de classes. O mundo está passando por um momento de difícil transição. Sobretudo, porque nos últimos 40 anos tivemos um sistema econômico baseado no proveito de uns poucos sobre muitos. É difícil mudar, mas o trabalho com crianças e os movimentos sociais que se desenvolvem me dão motivos para acreditar.
[…]
Nós aprendemos a história oficial, que é do ponto de vista dos opressores e não a dos oprimidos. A questão indígena, por exemplo, é colocada de uma forma completamente estereotipada e equivocada. Meu trabalho parte da ideia de que a cultura é viva e está em andamento, e que s crianças são menos influenciadas por essa visão “oficial”. É muito mais rico e puro o que um indiozinho pode me dizer sobre sua própria cultura. Ouvir as crianças é uma escolha ideológica e política.
[…] Me vejo como uma espécie de porta-voz dessas crianças.
[…] A solução passa por uma mudança muito profunda, que espero vir das novas gerações. Que elas construam um sistema menos injusto, porque não existe uma solução pontual. É quase como começar tudo de novo, em um mundo que não seja feito para poucos, onde a balança entre países ricos e pobres não seja tão desigual. E onde pessoas tenham a possibilidade de se movimentar por iniciativa própria.
Igualdade racial e de classes? Sistema econômico dos últimos 40 anos injusto e explorador? Capitalismo? Movimentos sociais com crianças para mudar isso? História oficial contada pelos opressores? Deixar as crianças falarem o que é a verdade? Ela como representante dessas crianças? E com base nisso, elas vão construir um novo mundo, completamente do zero?
Se o leitor não percebe a loucura dessa fala, então não entendeu muita coisa sobre como a elite revolucionária age. Sim, porque a tal artista não parece exatamente um ícone do “povo oprimido”. Tem cara de francesinha intelectual. E, de fato, é como ela mesmo se vê, pelo visto:
“Sou gaúcha de Porto Alegre, mas me considero meio francesa. Já morei na França, na Inglaterra, na África do Sul e no Quênia. Viajo a vários cantos do mundo para desenvolver projetos de arte com jovens e crianças. Meu interesse é no diálogo com base na convivência. Gosto que meu papel de artista funcione como uma ponte.”
Sim, uma ponte. Para o socialismo, sem dúvida. E quem liga se crianças serão utilizadas como meio para a construção de algo tão lindo, não é mesmo?
Uma rápida visita ao perfil da moça no Facebook já deixa claro seu viés revolucionário, seu extremismo, seu lado radical que a entrevista do GLOBO não mostrou, pois essa turma sabe disfarçar o tom de acordo com o público. Eis a foto de capa dela, onde praticamente só se vê bandeira vermelha:
E eis outra foto que ela ostenta com orgulho, e com a seguinte legenda: “Companheiros na luta, pq não PODEMOS FICAR EM CIMA DO MURO”:
Nessa outra aqui, diretamente do movimento mais tosco já visto na face da Terra, o “Craco Resiste”, em defesa da cracolândia, a “artista” mostra seu lado “pacifista”:
Em outro post, a “artista”, que chama seus amigos de “amigxs” para ser bem politicamente correta e destacar a ideologia de gênero, ataca a GLOBO enquanto prega a violência “redentora”, o mesmo grupo que lhe concedeu espaço para destilar seu veneno: “A GREVE FOI FODA (mas a Globo só vai mostrar algumas vidraças quebradas).”
E, como toda esquerdista caviar, ela mostra que gosta mesmo é do luxo bem capitalista, ostentando uma vista deslumbrante do Rio. Talvez seja da cobertura de Chico Buarque, quem sabe? Eis a legenda: “o bom da vida é ter amigos bons…” Sim, todo revolucionário igualitário precisa descansar de seu trabalho duro, não é verdade?
Há muito mais material lá para não restar dúvidas de que se trata de uma pessoa extremista, radical, que despreza a democracia. E é esse tipo de gente que está nas escolas, “educando” seus filhos, e depois dando entrevistas “moderadas” para os principais jornais. Entendeu o tamanho do problema?
Rodrigo Constantino
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