Quando Obama era presidente, um jornalista da Fox News afirmou que a primeira-dama era uma prostituta. O leitor está lembrado desse caso? Não? O motivo é simples: isso nunca aconteceu.
Agora pergunto: o leitor ficou sabendo do jornalista do NYT que afirmou que a primeira-dama Melania Trump é uma prostituta? Não? Pois é: saiba que isso aconteceu mesmo. Seu nome é Jacob Bernstein, e ele reconheceu a “estupidez” de seu ato. Era uma festa, ele tinha uma conversa informal, mas mesmo assim admitiu que jamais deveria ter sido tão leviano.
Menos mal. Mas não muda o cerne da questão aqui: e se fosse o contrário? E se algum jornalista de um veículo mais conservador falasse algo parecido sobre Michelle Obama? Sabemos o que teria acontecido: o mundo teria vindo abaixo! Uma enorme marcha feminista seria organizada para protestar contra o machismo e o preconceito dos “ultraconservadores”. O episódio seria manchete dos principais jornais por semanas inteiras.
A mídia é bastante seletiva na hora de escolher suas pautas. A cantora negra que foi ao Grammy com um vestido em homenagem a Trump, e depois viu a venda de suas músicas disparar rumo ao topo do ranking, foi solenemente ignorada pela imprensa. Joy Villa é seu nome, mas o leitor provavelmente não saberia se dependesse dos grandes jornais. É como se a coisa não tivesse acontecido.
Esse duplo padrão é que mata!
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Rodrigo Constantino