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E o radical sou eu?!

Tenho amigos e conhecidos que me acham “muito radical”. Sabe como é: estou muito à direita, sou defensor do capitalismo liberal de forma muito intransigente, bato demais no PT e na esquerda em geral. Em alguns meios, especialmente aqueles da esquerda caviar beautiful people, só o fato de assumirem que são meus amigos pode lhes gerar problemas e, sem dúvida, no mínimo olhares de desprezo: “Como podem ser amigos daquele Constantino?”

Tem poucas coisas que me irritam tanto quanto isso, pois é sinal de que a esquerda radical conseguiu bancar a moderada e jogar os moderados legítimos para o “extremismo”. Só mesmo no Brasil um defensor do liberalismo é visto como um radical. Só mesmo no Brasil que defender Thatcher ou Reagan é coisa de “radical”, enquanto elogiar Cuba é algo normal. É muita inversão!

O maior cuidado que precisaremos ter é com a “esquerda cheirosinha”, aquela que é tão radical quanto o PT de ontem, mas com nova embalagem moderninha, “progressista” e ecológica. Alguém me acusar de radicalismo enquanto elogia o PSOL, ou mesmo Marina Silva, isso é simplesmente absurdo, e o fato de essa pessoa não se dar conta disso é o mais preocupante.

Vejamos o PSOL, por exemplo. Linha auxiliar do próprio PT, como todos sabem, o partido resolveu se manifestar em defesa até mesmo de Nicolás Maduro na Venezuela. Atentem para o bizarro da coisa: defender um tiranete imbecil que destruiu de vez com a democracia e a economia de seu país, um autoritário criminoso que persegue opositores, frauda eleições e usa milicianos cubanos para intimidar o povo. Foi esse crápula que o partido de Chico Alencar, Marcelo Freixo, Jean Wyllys e Luciana Genro defendeu oficial e abertamente.

Mas o “radical” não é quem defende o fracassado e tirânico regime venezuelano, e sim eu, por chamar de crápula… um crápula! A esquerda blasé banca a purinha, acima do bem e do mal, não se mete no “Fla x Flu” da política suja, não toma partido, critica tanto Dilma quanto Alckmin (como se fossem equivalentes). Está acima de todos nós, na torre de marfim, com seu ar de superioridade, fingindo que não está a defender o indefensável com esse relativismo tosco.

E o radical sou eu! Aquele que clama pelo império da lei e defende a aplicação da Constituição. Já o ex-presidente demagogo e populista que fala em usar um “exército paralelo” contra o “golpe” da oposição é um sujeito moderado. Ou um escritor comunista, amigo do peito do bandido Dirceu e do ditador assassino Fidel Castro, que justifica um barbudo que fuzila essa “corja” que pede o impeachment: esse não só é deixado de lado pela imprensa “moderada”, como ganha espaço para um texto abjeto na Folha hoje, elogiando a “guerreira Dilma”, que sairá mais forte dessa tentativa “golpista”.

Percebem o quão nojento é tudo isso? Notaram o viés, o duplo padrão de quem tudo perdoa quando vem da esquerda e nada alivia quando vem da direita? Se você elogiar Bolsonaro, você é um preconceituoso homofóbico neandertal autoritário. Mas se você enaltece Jean Wyllys ou Gregorio Duvivier, você é descolado, sensível e se preocupa com as “minorias”, além de ser “moderado”, claro.

É uma piada de mau gosto! E mesmo quando isso vem de amigos ou conhecidos, não dá para ficar calado, para passar recibo, para fingir que uma atrocidade não foi dita. A todos que me julgam “radical” demais, só tenho uma coisa a dizer: acordem! Vocês estão sendo feitos de bobos pelos verdadeiros extremistas, por gente que consegue defender o socialismo em pleno século XXI, por cúmplices dos regimes nefastos de Cuba e da Venezuela, por quem banca o relativista só para justificar a roubalheira petista. Que papelão, meus caros…

Rodrigo Constantino

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