Respeito o economista Fabio Giambiagi, e já divulguei várias vezes aqui seus textos ou livros. É um especialista em Previdência Social, alguém com honestidade intelectual e que prega, em linhas gerais, um modelo que defendo. Não chega a ser um liberal, ainda tem inclinações keynesianas evidentes, mas isso não me impede de admirar sua luta por um país mais livre e próspero ao longo dos anos.
Aqui, porém, vou ter de discordar dele. Em recente entrevista ao portal InfoMoney, Giambiagi usa uma metáfora que eu mesmo usei, a de que somos uma casa em chamas e alguns querem impedir a entrada de bombeiros. Mas, em minha metáfora, os que criavam obstáculos eram os petistas, colocando-se contra as reformas estruturais de que o Brasil necessita, a começar pela previdenciária, tão defendida por Giambiagi. Já para o economista, quem impede a chegada dos bombeiros é quem se coloca contra a volta da CPMF.
Não posso concordar com isso. Entendo a preocupação do economista com a gravidade da situação, mas mais imposto não pode ser a resposta. Ainda mais um imposto terrível como a CPMF. Temporário? Não acredito nisso. Que governante vai querer abrir mão depois? Combater o déficit com CPMF é como tentar apagar o incêndio com gasolina.
O governo chegou ao limite de arrecadação no Brasil. Não dá mais! A população não aguenta ter que pagar mais tributos para sustentar os privilegiados, a Previdência Social insustentável, tantos “gastos sociais”, subsídios, bolsas etc. O modelo está completamente equivocado, e o governo inchado faliu o país. Isso precisa ser dito com transparência para a população.
Só teremos chance de reverter o quadro se encararmos o monstro com coragem, sem lhe dar as costas. Chega de impostos! É preciso deixar claro que o problema está do lado das despesas, não das receitas. As reformas estruturais, inclusive a previdenciária que Giambiagi tanto defende, só vão sair por extrema necessidade. Aliviar o lado do governo com mais impostos é um grave erro.
Nesse caso, fico com a Fiesp de Paulo Skaff: não aceitamos mais impostos. Não aceitamos a volta da CPMF. Ela era um absurdo quando a presidente Dilma a defendia, e continua sendo agora, com Temer no comando e uma equipe bem mais séria. Não é esse o caminho.
Rodrigo Constantino