Em artigo publicado no Estadão este sábado, Luis Felipe D’Ávila tenta convencer o leitor da importância de se aproveitar a brilhante equipe econômica liberal no governo para avançar com reformas importantes, a despeito de Bolsonaro. D’Ávila aponta a desastrosa incontinência verbal do presidente, sua vulgaridade de modos, ideias e comportamento, seu escárnio pela liturgia do cargo que ocupa, mas ainda assim convoca a sociedade brasileira para arregaçar as mangas e trabalhar em prol do país, para pressionar o Congresso pelas mudanças estruturais. Ele diz:
É preciso aproveitar o núcleo de excelência formado por Paulo Guedes no Ministério da Economia para acelerar as medidas liberalizantes de que o Brasil necessita para voltar a crescer. Não há tempo a perder. Guedes e sua equipe precisam ser mais ousados. Se aguardarem a aprovação da reforma da Previdência para engatar a segunda marcha das medidas infraconstitucionais, será tarde demais.
Ele cita o projeto da lei a favor da liberdade econômica concebido pelo professor Carlos Ari Sundfeld, da Fundação Getúlio Vargas. “Lei da liberdade econômica é música para os ouvidos do setor privado. Ela pretende estabelecer padrões mínimos de regras e normas que colaborem para o aumento da competição de mercado e a redução da intervenção do Estado na economia”, explica.
D’Ávila é autor de um livro sobre lideranças e estadistas, que vai desde a instauração da República. Bolsonaro, como ele reconhece, não tem o perfil de um estadista. Mas ainda pode ser um, apesar de tudo. Se ao menos escutar mais seu “posto Ipiranga” e menos seu “guru” de Virgínia…
A meta deve ser destravar a economia das amarras do Estado, fundamental para a retomada do crescimento, da geração de empregos e da atração de investimento que impulsionarão o aumento da produtividade e da competitividade do País. Foco na reforma previdenciária, na desburocratização, na simplificação tributária e na abertura comercial. Se isso for feito, dá até para aguentar a cruzada dos templários que enxergam comunistas por todo canto…
Rodrigo Constantino
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