Se o Brasil é o país do jeitinho, o Rio é a capital nacional da malandragem. Se o Brasil é normalmente esquerdista, o Rio é o estado em que a socialista maluca Heloísa Helena teve mais votos em termos relativos, e onde figuras como Jean Wyllys e Freixo são eleitos. Se o Brasil é atrasado, o Rio ainda está no século XIX, admirando O manifesto comunista de Marx e Engels. Se o Brasil tem muito estado, o Rio é a capital do funcionalismo público e das estatais. Se o Brasil está com as contas públicas no vermelho, o Rio quebrou. Se o Brasil vive uma epidemia de crime, o Rio é a Síria.
O Rio é o Brasil alavancado. Em linguagem de mercado financeiro, é beta dois – ou três. Tudo que há de ruim no Brasil parece ser potencializado no Rio. Talvez seja alguma coisa na água do mar, alguma coisa ligado ao mundo MARINHO. Talvez seja até um fenômeno GLOBAL. Não se sabe ao certo. O que se sabe é que Chico Buarque e sua turma adoram o Rio – e os marginais também. Aliás, há elo entre as duas coisas.
E, como resultado de anos de descaso, de campanha “progressista”, de vitimização de bandidos, de esquerdismo caviar, de baboseiras oriundas do Projaquistão, de tantos “intelectuais” e artistas engajados, além de sindicalistas e “funças” pregando apenas bandeiras esquerdistas radicais, desarmando a população ordeira e cuspindo na polícia, eis que o Rio foi mesmo entregue ao caos total. É terra sem lei, dominada pela marginalidade. O descontrole é total, reconhecido pelo jornal mais popular da cidade:
Para a população, a sensação é de que não há lugar seguro no Rio. Os crimes acontecem nas ruas, dentro de casa, de escolas, de túneis, nas imediações de estádios, em brigas de trânsito e até no útero materno, como foi o caso do bebê Arthur. Impressiona como as tragédias se sucedem sem que autoridades esbocem reação. As medidas adotadas revelam-se tímidas e de pouco efeito.
O editorial culpa parcialmente a falta de recursos oriunda da crise financeira, o que é parcialmente verdade. Mas o buraco é bem mais embaixo. O Rio é um experimento “progressista” fracassado. É a terra em que o discursinho do militante socialista disfarçado de professor mais ecoa. É o local em que Gregórios circulam em suas bikes com mais desenvoltura, enaltecendo a maconha. É onde a PM é retratada como fascista com mais virulência. Deu nisso.
A esquerda caviar buarqueana (favor não confundir jamais com burkeana) entregou o estado aos bandidos. A turma que está hoje no mesmo jornal carioca condenando Moro e defendendo Lula, falando que “o líder mais popular do país” foi preso sem provas num “complô de agitação para jogar o Brasil numa convulsão social” e que “voltamos à escravatura”, que Moro “é um terrorista” (Luiz Carlos Barreto), ou que a condenação foi “um absurdo”, especialmente que tenha acontecido “nesse mesmo momento em que perdemos as conquistas de Getulio Vargas para os trabalhadores” (Beth Carvalho), ou que ficou “estarrecida” por ser uma “condenação política”, com “provas frágeis”, mas prevista após o “golpe que afastou Dilma Rousseff da Presidência” (Silvia Buarque), ou que foi uma sentença “contra o Brasil”, algo “infame” de um juiz “parcial” considerado um herói (Aderbal Freire-Filho), ou ainda que Lula é apenas “o troféu de caça” de Moro (Verissimo), essa turma patética, cafajeste, socialista, entregou o Rio às traças.
E, em meio a esse caos, desesperada, indignada, revoltada, saturada, a população olha para Bolsonaro como um messias salvador, ou ao menos como alguém que, apesar de bronco, bate nas teclas certas, condena a doutrinação ideológica nas escolas e universidades, defende a polícia e ataca sem rodeios os marginais, pede redução da maioridade penal, combate o desarmamento civil, repete que sua prioridade é segurança, segurança e segurança.
O resultado: Jair Bolsonaro aparece na frente de Lula em sondagem do Instituto Paraná, com 22,8% contra 17,7% (e reparem que, dos que responderam, ainda temos quase 20% de imbecis ou canalhas).
Não dava para achar que a esquerda radical iria abusar por décadas sem uma reação, não é mesmo? Num cenário desses, de guerra civil, fica até complicado focar em argumentos, defender debates civilizados e pregar alternativas mais moderadas. O povo cansou. O povo quer sangue, pois não aguenta mais ver o próprio sangue sendo derramado por bandidos defendidos pela turma dos “direitos humanos”, sem a possibilidade de sequer tentar se defender com uma arma.
Se a elite mongol carioca vai de Jean Wyllys, aquele que acha mesmo que Moro condenou Lula pela quantidade de dedos na mão, então o povão só enxerga em Jair Bolsonaro uma voz à altura para berrar de volta. O PSOL e o PT, que nadam de braçadas no Leblon e em Laranjeiras, fomentam o crescimento do “capitão nióbio”.
Enquanto a bolha da GNT People acha que a pauta é o “direito” de fumar maconha, praticar orgia em praça pública, matar fetos humanos no ventre materno, falar “alunx” ou colocar homem que se sente mulher em banheiro feminino, o povão, que morre como moscas e não tem seguranças particulares, quer saber apenas de salvar a vida.
Bolsonaro é, de fato, a melhor opção para o Rio, para o Brasil? Quem acompanha meu blog sabe que sou muito cético quanto a isso. Mas não é esse o foco aqui. E sim mostrar como foi a própria esquerda extremista que foi preparando o terreno para que a candidatura de Bolsonaro se tornasse viável. E o Rio, como disse, é um espelho do Brasil, uma espécie de laboratório para o que vai acontecer no país como um todo. Não foi por falta de alerta…
Rodrigo Constantino
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