Que a EBC, dona da TV Brasil (mais conhecida como “TV Traço”, dada sua audiência nula), tinha sido totalmente tomada pelo petismo, todos já sabíamos. Mas quando vem um diretor da própria estatal admitir isso publicamente, tal ato merece ser louvado. Foi o que fez Lourival Macêdo, jornalista que trabalha na empresa há anos, em artigo publicado hoje na Folha. Diz ele:
Segundo Lourival, a origem da polêmica está na posse do diretor-presidente Ricardo Melo, alinhado ao PT e apontado pela presidente Dilma dias antes da votação do impeachment pela Câmara. Seu antecessor, Américo Martins, tinha durado menos de seis meses no comando justamente por divergir das interferências do Palácio do Planalto, segundo o autor. Ficou evidente que a escolha de Melo tinha cunho ideológico-partidário apenas.
A EBC não tem “apenas” sido usada para propaganda partidária, mas também para sustentar indiretamente vários “formadores de opinião” que fazem proselitismo em prol do socialismo e do PT. Foi o medo de perder essas boquinhas que levou tantos ao desespero. A EBC tem servido como instrumento dos petistas, nada mais. E a coisa não é de hoje:
Lourival está há oito anos na empresa e é o primeiro diretor de jornalismo oriundo do quadro permanente da empresa. Ele questiona se não há gente capacitada na empresa, a ponto de precisar trazer sempre alguém de fora. Considera uma “humilhação” tal postura para os mais de dois mil funcionários da estatal. E conclui com um tom otimista em relação à mudança de postura do governo Temer:
Pode até ser que ocorra uma profunda mudança na empresa. De fato, poucos partidos são tão pouco republicanos quanto o PT, que encara o estado como um braço partidário e ideológico. O PT é pior em tudo. Mas justamente porque há o risco permanente de captura das estatais por “partidos” como o PT, não faz o menor sentido preservá-las. Isso sem falar do próprio mecanismo perverso de incentivos no setor público, que não depende da preferência do consumidor para sobreviver.
Logo, o único caminho que enxergo para a EBC é sua extinção mesmo. O estado não tem que ser empresário, banqueiro nem dono de canal de televisão. São atividades que o mercado pode executar de forma bem mais eficiente, num ambiente de livre concorrência em que o consumidor é o maior beneficiado. A verdadeira pluralidade está no livre mercado, não numa estatal que sempre poderá ser aparelhada por um grupelho ideológico.
Rodrigo Constantino
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