A economia brasileira cresceu 1,1% em 2018, informou na manhã desta quinta-feira (28) o IBGE. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi idêntico ao registrado no ano anterior.
No início de 2018, era comum encontrar economistas projetando crescimento perto de 3%. Mas, ao longo do ano, as previsões foram continuamente revistas para baixo com a paralisação dos caminhoneiros, ocorrida em maio, um mercado de trabalho cuja débil recuperação se deu à base de vagas informais e incertezas ligadas às eleições presidenciais.
Na divisão por setores (ótica da oferta), o maior crescimento foi o de serviços (que inclui comércio), com alta de 1,3% sobre 2017. A indústria avançou apenas 0,6% e a agropecuária ficou praticamente estável, com 0,1% de alta.
Sob a ótica da demanda, o maior avanço veio da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede o investimento produtivo, com 4,1%. O consumo das famílias, por sua vez, subiu 1,9%. E as despesas do governo empataram com as do ano anterior.
O resultado divulgado nesta quinta veio em linha ao esperado pela maior parte dos analistas do mercado financeiro.
O governo Temer foi razoável, conseguiu estancar a sangria da era petista, recolocar a economia nos trilhos para impedir o descarrilamento trágico, e não fosse o “golpe de Janot”, talvez a reforma previdenciária tivesse sido aprovada já em sua gestão, ainda que menos impactante do que a proposta pelo governo Bolsonaro.
Mas os dados mostram que a grande conquista de Temer foi mesmo impedir o pior, cenário certo se Dilma continuasse no poder. Não viramos a Venezuela, e isso não é pouca coisa. Não seguimos descendo ladeira abaixo, como ocorreria com Dilma, e isso é bastante. Mas não basta.
O Brasil tem pressa, uma demanda reprimida enorme, muita miséria, muitos problemas sociais. Sem um crescimento econômico de ao menos 3% ao ano por um longo período, essas mazelas vão se agravar e a panela de pressão pode estourar. Nós precisamos de mais crescimento, urgente!
E como consegui-lo? Só há uma resposta séria, honesta, sem demagogia: aprovar as reformas estruturais, a principal delas sendo a previdenciária. A proposta de Paulo Guedes visa a uma redução de pouco mais de R$ 1 trilhão ao longo dos próximos dez anos. Atenção: redução no aumento das despesas!
Não se trata de corte, não é que o governo vai gastar menos: ele apenas vai gastar num ritmo de crescimento menor. E isso é o mínimo de que precisamos. Sem isso, a conta não fecha, não haverá espaço para maior poupança doméstica, tampouco para formação bruta de capital (investimentos produtivos). Eis a realidade que a esquerda populista quer esconder do povo.
Circula um vídeo por aí, por exemplo, chamado “A indefensável reforma da previdência”. Tudo que precisam saber do autor é que seu apelido no mercado financeiro é “fanfa”, de fanfarrão, e que ele é um “encantador de cavalos”. Ou seria de burros?!
Infelizmente ainda tem muito oportunista por aí enganando o público, negando a existência do rombo previdenciário com malabarismos toscos contábeis, insistindo que não é necessário aprovar a reforma proposta pelo governo. São irresponsáveis! Demagogos da pior espécie. Brincam com o futuro dos nossos filhos e netos.
Sem as reformas, esse “crescimento” pífio de 2017 e 2018 será visto pelo retrovisor como um bom momento, apesar de medíocre. Teremos queda de atividade sem as reformas, e o país não suporta mais isso. Quem realmente está interessado em melhorar o Brasil precisa arregaçar as mangas e focar na aprovação das reformas. Só isso poderá gerar crescimento decente em nossa economia.
Rodrigo Constantino
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