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Economistas da Unicamp querem ensinar ao Brasil como chegar ao progresso, mas universidade está falida
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Caro leitor, você iria num dentista banguela? E num médico de emagrecimento obeso? Num especialista em implante capilar careca, você iria? E que tal num consultor de finanças falido? Pois é: pensei nisso ao ler a entrevista do novo reitor da Unicamp, a universidade que tem os mais arrogantes economistas “desenvolvimentistas” do país.

O novo reitor da Unicamp reconhece, em entrevista à Folha, que a universidade está quebrada. Marcelo Knobel não usa meias palavras: a crise financeira vivida pela Unicamp é “dramática”. Não obstante, o reitor quer expandir o teto salarial, aplaude as cotas raciais e é contra cobrar mensalidade dos alunos. Ou seja: a conta não fecha, mas vamos manter a demagogia! Eis alguns trechos de sua entrevista:

A situação é dramática. Temos um deficit de mais de R$ 200 milhões e não podemos nem queremos fazer demissões. Vamos tomar medidas para melhorar a gestão e reorganizar algumas áreas.

[…]

É difícil falar sobre isso em um país com tantas desigualdades, mas esse tema precisa ser enfrentado. Quem chega a ser professor já está no topo da pirâmide social. E, hoje, o teto salarial nas universidades é o subsídio do governador, que está em R$ 21 mil. Líquido, esse teto fica em cerca de R$ 14 mil, abaixo não só do que acontece no setor privado, mas também da perspectiva de carreira das federais [que têm como teto o salário do ministro do STF, de R$ 33 mil] e muito abaixo do que acontece no mundo. Por que um jovem talento escolherá qualquer uma das três universidades paulistas?

[…]

Penso que é papel do Estado manter universidades por meio do pagamento de impostos. É falsa a ideia de que não se paga nada. Mas a ideia de retorno tem que fugir da lógica meramente financeira. Cursos como filosofia e física tendem a não existir numa lógica meramente mercantilista.

[…]

A universidade é financiada pela sociedade, portanto ela precisa estar representada aqui. A diversidade é um princípio fundamental. Criamos alguns mecanismos, como a bonificação para alunos de escolas públicas, mas eles não eram suficientes para contemplar a população de pretos e pardos. Não vai ser a única mudança no vestibular. Além das cotas, devemos abrir parte das vagas pelo Sisu, para gente do país inteiro poder se inscrever, e estudamos adotar outras medidas, como dar uma pontuação extra para medalhistas de Olimpíadas de matemática, de física etc. Há uma comissão estudando isso. Queremos mais estrangeiros, mais pretos e pardos, mais indígenas, mais pessoas com deficiência.

Em suma, vamos abrigar cada vez mais grupos de “minorias” sem critério de meritocracia, apenas em nome da maior “diversidade”, vamos aumentar os salários dos professores, mesmo que muitos estejam ensinando apenas porcaria aos alunos (no caso de economia sem dúvida é assim), e vamos manter a universidade “gratuita”. Mas vamos reclamar do déficit de R$ 200 milhões depois!

Roberto Campos estava certo: ou acabamos com os economistas da Unicamp, ou os economistas da Unicamp acabam com o Brasil:

Primeiro resolvam os problemas do rombo financeiro da própria universidade, depois podem tentar ensinar ao Brasil como chegar ao progresso. O que não dá é para esses economistas defenderem as mesmas receitas que faliram a universidade para o país todo, dando lições econômicas de cima de seu próprio fracasso.

De fato, foi o que fizeram desde sempre, e a partir de 2003 contaram com um governo totalmente simpático aos seus devaneios. Conseguiram replicar a realidade da universidade ao país todo: o Brasil faliu! Roberto Campos, uma vez mais, estava certo…

Rodrigo Constantino

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