O editorial do jornal O GLOBO hoje, sobre o aparelhamento petista na Petrobras, tendo como pano de fundo a refinaria de Pasadena, no Texas, tinha tudo para ser perfeito, não fossem duas falhas mortais. O tema voltou à tona após o TCU decidir congelar os bens de conselheiros da estatal, inclusive da ex-presidente Dilma. Diz o jornal:
O caso da refinaria de Pasadena, no Texas, se destaca nessa galeria de símbolos do naufrágio no período em que o país era governado por Lula e a Petrobras comandada pela então ministra Dilma Rousseff.
[…] Sob Dilma, o conselho não cumpriu “sua obrigação de acompanhar a gestão da Diretoria Executiva, por meio da análise devida das bases do negócio que seria realizado”, argumentou o TCU. Acrescentou que não se cuidou nem mesmo da requisição de “esclarecimentos mais detalhados sobre a operação antes de sua autorização, violando assim o ‘dever de diligência’ para com a companhia, o que causou prejuízo ao patrimônio da Petrobras.”
[…]
Em análise anterior já indicara “excesso de poder” de dirigentes da estatal, nomeados por líderes de partidos com as bênçãos de Lula. Essa interferência política, o loteamento de diretorias da Petrobras, resultou em negócios fracassados e muita corrupção. Dilma, durante o governo e na sucessão de Lula, contribuiu com sua leniência.
Agora é necessário manter e se possível acelerar o ritmo de privatizações das atividades não fundamentais ao futuro da Petrobras. A recuperação da empresa é fundamental ao país e vital ao Rio de Janeiro.
Está tudo certo. Ou quase. A palavra usada para definir a responsabilidade de Dilma foi “leniência”, termo fraco que não captura a real participação da ex-presidente no esquema. Dilma era da cúpula petista, o “poste” de Lula, e não foi leniência, não foi desleixo, não foi “malfeito” o que ela fez ali: foi cumplicidade deliberada numa quadrilha que usou nossas estatais e toda a máquina pública para benefícios privados e partidários.
O PT agiu como uma quadrilha que tomou de assalto o estado todo, e Dilma era parte disso. Portanto, não cabe falar em leniência, quando houve claramente cumplicidade, consciência do que estava em jogo.
O outro deslize do editorial é, depois de resumir bem todo o estrago causado pelo PT na empresa, não ser capaz de concluir que somente a sua privatização poderá impedir novos abusos deste tipo. O editorial defende a privatização “das atividades não fundamentais ao futuro da Petrobras”, para recuperar a empresa estatal. Não!
O que deve ser defendido é uma só coisa: a privatização dela toda! Seja em partes, seja em bloco, o mais importante é tirar o controle das mãos do estado, pois outros bandidos podem chegar ao poder, e mesmo se não for o caso, o mecanismo de incentivos é completamente inadequado. A estatal acabará sendo usada para politicagem, para cargos de companheiros, para votos, tudo, menos maximizar o valor dos acionistas e gerar riquezas ao país.
O estrago causado pelo PT nas estatais é a prova cabal de que só há uma saída para o problema: privatize já!
Rodrigo Constantino