O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse na noite desta quinta-feira que aceitaria um possível convite para ocupar o posto de embaixador nos Estados Unidos, depois que o pai, o presidente Jair Bolsonaro , afirmou que cogita nomeá-lo. Ele tratou o caso como “encaminhado”, disse que tem as “ credenciais” para o cargo, mas afirmou que não houve um convite formal ainda
O parlamentar ressaltou que, para que haja um avanço, falta uma conversa “ olho no olho” com Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Para ocupar o posto em Washington, ele precisará ser aprovado em sabatina no Senado. O cargo também exige idade mínima de 35 anos, que Eduardo completou na quarta-feira.
— Se for da vontade do presidente, e ele, de maneira oficial, me empregar essa missão, eu aceitaria — afirmou o parlamentar, que se disse disposto a renunciar ao cargo para assumir a missão: — Se o presidente Jair Bolsonaro me confiar essa missão, eu estaria disposto a renunciar ao mandato.
Eduardo Bolsonaro embaixador nos States? É sério isso?! Nepotismo é pouco no caso. Isso é escárnio mesmo, coisa típica de Saddam, de Fidel, de republiqueta. O “movimento” do nacional-populista Steve Bannon e seus tentáculos olavetes vão avançando sobre o mundo. Roberto Campos se revira no túmulo.
Bolsonaristas estão passando pano nessa vergonha de indicar o filho como embaixador nos EUA. Na página de um típico olavete, uma enquete deu empate entre contra e a favor, ou seja, mesmo na bolsolândia a escolha não caiu muito bem. Foi um tiro no pé. E se fosse Lula fazendo o mesmo? Duplo padrão é coisa de esquerdopata. Mais uma evidência de como são parecidos!
A deputada Carla Zambelli chegou ao ápice da vergonha alheia ao comentar a escolha: “Sim, o @BolsonaroSP foi cogitado pelo Presidente @jairbolsonaro para ser o Embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Se aceito pelo Eduardo, ganha o Brasil, ganha os EUA de @realDonaldTrump, ganha o Planeta, com mais oportunidade de sanar os problemas de toda a Terra”. Diante disso, só podemos dizer “amém” e “aleluia, irmãos!”
Se Eduardo virar mesmo embaixador nos States, Bolsonaro poderia ao menos colocar Carlos como embaixador no Zimbábue, e de preferência sem acesso à internet. Esse pacote talvez seja mais palatável para a maioria.
Ironias à parte, se Dudu virar mesmo embaixador nos States, coloca logo Carluxo no lugar do general Heleno, que vem sendo fritado pelo 02, decreta o Rasputim tupiniquim conselheiro espiritual oficial do presidente, e instaura logo a dinastia Bolsonaro no Brasil. O Brasil jamais será uma República de verdade. Quem nasce para lagartixa nunca chega a jacaré…
Mas se você aponta o evidente absurdo da coisa, a falta de experiência do sujeito, o fato de que seu estilo de confronto permanente é o oposto do que exige a boa diplomacia, o seu inglês sofrível, o nepotismo da escolha, a turma te acusa de inveja. Inveja?! Troquem o disco! Parece comportamento de gado, de membros de seita, incapazes sequer de alguma criatividade.
Qualificação necessária para um dos cargos mais elevados e almejados da carreira no Itamaraty: “ser amigo dos filhos de Trump”. Eis aí a “nova era”, meus caros. Durma com um barulho desses! Podemos até imaginar o diálogo entre pai e filho, lembrando que a embaixada americana está vaga há meses:
– Filhinho, o que você quer de aniversário nos seus 35 anos? – Pode ser a embaixada nos Estados Unidos, papi? Treino meu inglês, que é bem fraquinho, e fico perto dos filhos do Trump, meus amiguinhos. Deixa? – Ok, 03. Divirta-se!!! Amo a nova era…
As brincadeiras ocultam certo cansaço com o país. Participo de um grupo de WhatsApp com gente do mercado financeiro, supostamente esclarecida, e vários estão tratando com indiferença a escolha, ou até elogiando. É difícil manter as esperanças em nosso futuro. O Brasil cansa…
Um deles, porém, resumiu bem o ponto: imagina isso na iniciativa privada! Um guri de 35 sem experiência assumir um cargo super importante para lidar com os principais clientes internacionais da empresa só porque é filho do sócio. Seria aceitável? Pois é…
Rodrigo Constantino
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS