Eduardo não é Jair Bolsonaro. Mas o filho do pré-candidato vem tentando se aproximar de economistas mais liberais, tendo ele mesmo feito um curso sobre Escola Austríaca pelo Instituto Mises Brasil (aos interessados no tema, de grande relevância, aviso que vou lançar em breve um curso de introdução à Escola Austríaca pelo Instituto Liberal também).
O esforço de aprendizagem rendeu frutos. É inegável que o discurso de Eduardo se tornou bem mais liberal em economia, influenciando também o de seu pai. Se antes Jair considerava “crime de lesa-pátria” privatizar a Vale, hoje ele já considera até a possibilidade de privatizar a Petrobras. O comentário de Eduardo sobre a regulação do Uber foi outro bom exemplo dessas aulas, apesar de seu pai ter se ausentado do voto.
A família Bolsonaro, portanto, vem ensaiando uma guinada mais liberal na economia, e isso deve ser festejado pelos liberais, sem dúvida. Quanto mais gente, quanto mais político endossar as bandeiras liberais, melhor. E como houve esse desejo por parte de Bolsonaro, alguns economistas liberais aceitaram o desafio e estão tentando oferecer assessoria ao deputado.
É o caso de Adolfo Sachsida, colunista do Instituto Liberal, que fez um bate-papo de duas horas com Eduardo Bolsonaro e Andre Gordon sobre temas econômicos. Abaixo, um trecho editado resumindo um pouco o teor da conserva, focando justamente na regulação do Uber:
Não tenho como dizer se essa influência liberal será efetivamente absorvida pelo candidato, mas é louvável o fato de Bolsonaro se mostrar disposto a atrair economistas com esse viés, admitindo seus próprios conhecimentos limitados na área (um ótimo avanço em relação a Dilma, convenhamos). A mentalidade de militar se mostra muito presente ainda, o que é apenas natural, e esse “confronto” de ideias só tem a agregar.
Agradeço ao Sachsida pelo menção ao meu nome, e esse deve ser o espírito: as críticas são construtivas, e por não sermos os donos da razão, devemos estar sempre abertos a esse debate de ideias, em busca do melhor para o Brasil. O patriotismo é a premissa básica, e ele está claramente presente na família Bolsonaro. Se esse patriotismo for utilizado com humildade nas áreas que não são especialidade deles, o resultado pode ser excelente.
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
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