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Educação: sai ideologia e sensacionalismo e entra ciência e bom senso

Posso imaginar como algumas declarações do futuro ministro da Educação, Ricardo Velez Rodriguez, deve chocar a “classe pensante” do nosso país. Essa turma se acostumou, após décadas de hegemonia “progressista”, aos chavões sensacionalistas e ao comando da ideologia sobre a ciência. Resgatar o bom senso e a biologia, numa área dominada pelo “lacre”, deve mesmo gerar enorme espanto na elite “descolada”.

Onde já se viu, por exemplo, o futuro ministro afirmar que quem define o gênero é a biologia? Como assim?! Ele não sabe que existem mais de cinquenta gêneros, que eles são completamente subjetivos, e que se um galalau de dois metros de altura “se sente” uma donzela delicada, então ele será uma mulherzinha como outra qualquer? Velez não ficou sabendo dos “avanços” da modernidade, das “conquistas” das minorias?

Para o futuro ministro, a discussão de gênero é um pouco abstrata: “Olha, eu não concordo por uma razão muito simples: quem define gênero é a natureza. É o indivíduo. Então a discussão da educação de gênero me parece um pouco abstrata, um pouco geral”, declarou.

Ele citou o exemplo do Canadá, onde esteve em julho visitando parentes. Disse que o país decretou a educação de gênero por meio de uma lei federal, mas as províncias autônomas começaram a discutir o tema localmente e algumas, onde o governo é conservador, derrubaram a lei.

“Então eu acredito que quando consultadas as pessoas onde moram, enxergando o indivíduo, a educação de gênero é um negócio que vem de cima para baixo, de uma forma vertical e não respeita muito as individualidades. A culminância da individualização qual é? A sexualidade. Então, se eu brigo com um indivíduo, vou brigar com a sexualidade e vou querer regulamentar a sociedade por decreto, o que não é bom. Eu acho que é um tiro fora do alvo”, afirmou.

Ele está totalmente certo, claro! Mas como explicar isso a esse pessoal que quer enfiar goela abaixo dos jovens suas ideologias bizarras? Além da volta da ciência sobre a ideologia, para espanto dos “intelectuais”, Velez deu outras declarações que podem parecer estranhas para sensacionalistas, mas que são a mais pura verdade:

“A polêmica que surgiu é sobre se pode haver ou não doutrinação dos nossos alunos. Eu acho que a doutrinação não é boa. O aluno, nos primeiros anos do ensino básico, no ensino fundamental, tem que ser educado fundamentalmente para integrar-se na sua comunidade no país, que é um país suprapartidário. Não é um partido político que vai fazer com que o menino, o jovem, tenha consciência cidadã”, defendeu. 

Professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rodriguez sugeriu que o modelo das escolas militares seja seguido por outras instituições de ensino do país. O objetivo, garante, não é tornar todas as escolas unidades militares, mas sim mostrar que é possível ter eficiência e disciplina também em outros ambientes.

“Os colégios militares hoje representam para o Brasil o que há de melhor em termos de qualidade e exigência de disciplina. É interessante, ao visitar um colégio militar a gente fica surpreendido como professor. Ao passo de que quando a gente entra numa sala de aula de moleques é aquela zorra, para fazer silêncio é difícil. No colégio militar todos ficam em pé, cumprimentam o professor e se sentam quando a gente diz que eles estão dispensados. É uma disciplina rara de se ver. A eficiência funciona. A eficiência se vê nos resultados. Acho que os colégios militares são uma espécie de arquétipo do que há de bom e do que se pode fazer de bom pela escola”, explicou. 

[…]

“Nem todo mundo é chamado à universidade. É bobagem pensar que a democratização da universidade universal é a finalidade. Não, nem todo mundo gosta de universidade. Eu acho que o segundo grau teria como finalidade mostrar ao aluno que ele pode por em prática esses conhecimentos e ganhar grana com isso. Como os youtubers estão ganhando grana sem frequentar universidades.” 

Quer dizer então que doutrinação é errado e que o partido não deve “fazer a cabeça” dos jovens, nem transforma-los em “cidadãos conscientes”? Quer dizer que a disciplina é importante em sala de aula e funciona? Quer dizer que cursar uma universidade não é para todos, ao contrário do que pregam, sem qualquer responsabilidade concreta, os “democratas igualitários” sensacionalistas?

Velez, como podemos notar, traz de volta o velho bom senso ao setor, que estava esquecido, abandonado, mergulhado no fundo do pântano da ideologia esquerdista, que flerta o tempo todo com a estética da narrativa, e não com os resultados de suas ideias. Os resultados práticos nós conhecemos: basta ver o péssimo nível do ensino público brasileiro, fruto da mentalidade “progressista”. Uma guinada conservadora é muito bem-vinda.

PS: Para quem quiser entender melhor o ponto de vista científico sobre o gênero, recomendo esse nosso podcast da Gazeta:

Rodrigo Constantino

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