Quando a cantora negra Joy Villa apareceu no Grammy Awards com um vestido em homenagem a Trump, foi aquele mal-estar na esquerda. Boa parte da imprensa, como quase toda a brasileira, resolveu simplesmente fingir que aquilo não existiu. Como assim, uma negra dando apoio a Donald Trump?! Isso prejudica completamente a narrativa dessa mídia torcedora.
Nas redes sociais, a reação comum foi aquela que tenta desqualificar as pessoas com base em sua suposta falta de fama: Joy quem?! De fato, a cantora não era das mais conhecidas, não era nenhuma Katy Perry, a branquela que apoia Obama. Mas eis o que aconteceu com a venda de seu disco após ela dar a cara a tapa e assumir seu apoio ao atual presidente:
No dia em que ela apareceu com o vestido, seu álbum “I make the static” estava ranqueado em 543.502 na Amazon; na segunda-feira, era o primeiro colocado! Sim: top one! Superou Lady Gaga, Bruno Mars e até a “deusa” Beyonce! Além disso, três de suas músicas estavam entre as top 10. O apoio a Trump rendeu bons frutos pelo visto.
Se uma parte ativa da imprensa e das redes sociais quase vomitou com essa declaração de amor ao “presidente laranja”, pelo visto milhões de consumidores acharam legal, aprovaram a coragem e a atitude da moça e foram verificar a qualidade de seu trabalho. Eis alguns comentários na Amazon:
“Best music purchase I’ve made since President Trump announced that he was running for the Republican presidential nomination. The list of artists whose music I won’t purchase keeps getting longer.”
“Great album. Beautiful and courageous young artist. Let’s all come together and MAGA! Well done Miss Villa!”
“Boom! #MAGA with great music and amazing courage!!”
“Joy’s music is fantastic. She’s also a great artist to support. Thank you Joy for publicly supporting our president. Looking forward to more music from you.”
Para o “beautiful people”, essa gente toda não passa de uma cambada de “alienados”. Como podem aplaudir alguém que oferece uma homenagem a Trump e fala em “fazer a América grande novamente”? Fosse o contrário e esses críticos certamente seriam acusados de racismo. Mas como a negra resolveu apoiar o republicano, então não há nada demais em lhe trucidar nas redes sociais.
A cantora resolveu dobrar a aposta diante da reação furiosa de seus pares, e publicou no Instagram uma mensagem reforçando seu ato:
“Às vezes você tem que ser livre para se expressar. Obrigado a todos os meus apoiadores e companheiros de crença. A vida é sobre ser livre e amar isso. Sejam vocês mesmos lindos essa noite!”, disse. Se por um lado Joy foi alvo do desprezo da turma famosa de Hollywood e da mídia, por outro lado ela ganhou a estima de milhões de pessoas comuns. E a venda de discos, claro.
Mas Joy não tripudiou das colegas artistas intolerantes que falam em “tolerância” só da boca para fora. Ao contrário: deixou uma mensagem de amor e paz, de tolerância, pregando a importância de concordarmos em discordar:
“Go big, or go home. You can either stand for what you believe or fall for what you don’t. Above all make a choice for tolerance and love. Agree to disagree. See the person over the politics, carry yourself with dignity, always. Life is made to be lived, so go boldly and give no effs!”
Não importa. A negra pouco conhecida será ícone da “intolerância dos ricos brancos” pois resolveu apoiar Trump, enquanto a turma rica e famosa pode continuar apoiando a esquerda violenta e destilando ódio e preconceito à vontade, pois sempre será retratada como a representante dos pobres, fracos e oprimidos, que prega apenas a tolerância e o amor, enquanto detona por aí qualquer um que ousar discordar.
Rodrigo Constantino
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