Venho chamando a atenção faz tempo para a crescente radicalização da esquerda americana. Semana passada tivemos um exemplo claro. A CNN realizou um evento com vários pré-candidatos do Partido Democrata que pretendem desbancar Trump em 2020. A estrela era Bernie Sanders, aquele que passou a lua de mel na União Soviética e teceu elogios ao ditador Fidel Castro, mas que nega ser um radical ou defensor do comunismo autoritário.
Pois bem, a jornalista perguntou sobre uma de suas ideias malucas. A de liberar o voto para presidiários. Mesmo aqueles que cometeram crimes terríveis? Mesmo o terrorista da maratona de Boston? E eis que Sanders, sem titubear, disse que sim, que o voto era algo tão importante para a cidadania que não fazia sentido retirar tal direito de absolutamente ninguém, nem mesmo de um terrorista.
O sujeito, quando comete um crime desses, fica privado de vários outros direitos, a começar o de ir e vir, já que fica confinado na prisão. Mas o populismo de Sanders não encontra barreiras na lógica: todos devem votar, ter uma voz sobre o futuro da nação, mesmo quem matou, estuprou ou explodiu crianças.
Como Sanders é o líder nas pesquisas até aqui e como a base democrata foi tomada por extremistas, os demais pré-candidatos precisam copiar o velho comunista. Kamala Harris, que só tem destaque por ser uma mulher negra, recebeu a mesma pergunta e, um pouco mais tímida que Sanders, concordou que o voto é um dos direitos fundamentais e que era preciso, sim, conversar mais sobre esse assunto. Ela aproveitou para declarar que jovens de 16 anos deveriam votar também. É mais fácil seduzir os mais novos com discursos sensacionalistas, afinal de contas.
É nisso que o Partido Democrata se transformou: num PSOL da vida, num antro de radicais populistas que confundem o Twitter com as ruas da América. Será que essa turma acha mesmo que o americano médio do interior de Ohio vai achar legal permitir terroristas votando nas prisões? É tanto descolamento da realidade que chega a chocar. Os “progressistas” se fecharam numa bolha onde só escutam o eco de suas palavras.
Outras bandeiras extremistas envolvem o aborto tardio, a reparação pela escravidão, escola e saúde “grátis” para todos, o perdão de dívidas, o Green New Deal — que clama pelo fim dos aviões em uma década —, a instalação de energia limpa em todas as residências dos EUA no mesmo período e por aí vai. E quando cristãos são vítimas do terrorismo, como em Sri Lanka?
Quando se avalia a narrativa democrata atual, não resta a menor dúvida de que foi a esquerda, não a direita, que se transformou numa ameaça à democracia, ao progresso e aos valores básicos da América.
Artigo originalmente publicado pela revista IstoÉ
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